

Na fase inflamatória, células de defesa, como os leucócitos, são recrutadas para o local da lesão, ajudando a eliminar microrganismos invasores e remover tecidos danificados. Além disso, proteínas do sangue auxiliam na formação de um coágulo, que tem a função de estancar o sangramento e criar uma barreira protetora contra agentes externos.
Em seguida, inicia-se a fase de proliferação, em que células especializadas, estimuladas por fatores de crescimento, começam a se multiplicar para substituir as estruturas danificadas. Nesse período, novos vasos sanguíneos são formados por meio da angiogênese, garantindo o fornecimento de oxigênio e nutrientes essenciais para a regeneração celular.
Na fase final, chamada de remodelação tecidual, as células recém-formadas se organizam para restaurar a função e a resistência do tecido. Em alguns casos, essa regeneração ocorre de maneira eficiente, levando à recuperação completa da estrutura original. No entanto, em lesões mais graves, pode haver a formação de cicatrizes compostas por tecido conjuntivo, que substituem a estrutura anterior, mas sem restaurar totalmente sua funcionalidade.
Certos tecidos e órgãos internos também possuem capacidade regenerativa. O fígado, por exemplo, é um dos órgãos com maior potencial de regeneração e pode se reconstruir completamente mesmo quando perde até dois terços de sua massa original. Outros tecidos, como a pele e a mucosa intestinal, também se renovam constantemente. Por outro lado, alguns órgãos, como o coração e o sistema nervoso central, possuem uma regeneração limitada, o que dificulta a recuperação total após lesões graves.
O estudo dos mecanismos de reparo tecidual tem sido fundamental para a medicina regenerativa, possibilitando avanços como o uso de terapias celulares, biomateriais e engenharia de tecidos para acelerar a cicatrização e até mesmo substituir tecidos danificados.