domingo, 22 de agosto de 2021

A Maturação Pulmonar do Feto ao Recém-Nascido: Processos e Implicações Clínicas


A maturação pulmonar é um processo complexo e essencial para a adaptação do recém-nascido à vida extrauterina. Durante a gestação, os pulmões do feto passam por diferentes estágios de desenvolvimento, sendo a maturação do sistema respiratório um fator determinante para a viabilidade neonatal. Bebês prematuros, especialmente aqueles nascidos antes das 28 semanas, apresentam maior risco de complicações respiratórias devido à imaturidade pulmonar e à deficiência de surfactante, o que pode levar à Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR).

O desenvolvimento pulmonar é dividido em cinco estágios principais:

1. Período Embrionário (4 a 6 semanas)

Nesse estágio inicial, o sistema respiratório começa a se formar a partir do broto pulmonar, que surge como uma evaginação do intestino anterior. Esse broto se ramifica para formar a traqueia e os brônquios principais.

2. Período Pseudoglandular (5 a 16 semanas)

Durante essa fase, ocorre a formação das vias aéreas de condução, incluindo os brônquios e bronquíolos terminais. No entanto, ainda não há alvéolos nem estruturas adequadas para a troca gasosa, tornando a respiração impossível nesse período.

3. Período Canalicular (17 a 27 semanas)

Esse estágio é fundamental para a viabilidade fetal. Ocorre a diferenciação dos pneumócitos tipo I, responsáveis pela troca gasosa, e dos pneumócitos tipo II, que produzem surfactante pulmonar – uma substância essencial para reduzir a tensão superficial dos alvéolos e evitar seu colapso.

A partir da 24ª semana, começam a surgir os primeiros alvéolos primários, permitindo que, em casos de parto prematuro extremo, o feto tenha alguma capacidade respiratória, embora com suporte médico intensivo.

4. Período Sacular (27 a 35 semanas)

Nessa fase, os sacos alveolares terminais se desenvolvem e aumentam em número. A produção de surfactante se intensifica, melhorando a capacidade pulmonar do feto de sobreviver fora do útero. Recém-nascidos prematuros nascidos após a 30ª semana já têm maiores chances de sobrevivência devido ao aumento da maturidade pulmonar.

5. Período Alveolar (36 semanas até cerca de 8 anos de idade)

Esse estágio se estende desde as últimas semanas de gestação até a infância. Após o nascimento, os alvéolos continuam a se multiplicar, atingindo aproximadamente 300 milhões por volta dos 8 anos de idade. Embora a quantidade de alvéolos não aumente significativamente após essa idade, eles continuam a crescer em tamanho à medida que o corpo se desenvolve.


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Importância do Surfactante Pulmonar

O surfactante é uma substância lipoproteica produzida pelos pneumócitos tipo II e tem um papel crucial na viabilidade pulmonar ao reduzir a tensão superficial dentro dos alvéolos. Sua produção começa entre a 24ª e 28ª semana de gestação, mas só atinge níveis adequados para uma respiração eficiente após a 35ª semana.

Nos casos de prematuridade extrema, a administração de corticosteroides pré-natais pode estimular a produção de surfactante, reduzindo significativamente o risco de Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR). Além disso, pode ser necessária a aplicação exógena de surfactante logo após o nascimento para melhorar a função respiratória desses bebês.


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Desafios Respiratórios no Recém-Nascido Prematuro

Bebês prematuros frequentemente apresentam dificuldades respiratórias devido à imaturidade pulmonar, sendo algumas das complicações mais comuns:

Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) – Resulta da deficiência de surfactante, causando dificuldade na expansão pulmonar e colapso alveolar.

Displasia Broncopulmonar (DBP) – Ocorre em prematuros que necessitam de ventilação mecânica prolongada, levando a inflamação e remodelação pulmonar.

Hipertensão Pulmonar Persistente do Recém-Nascido (HPPN) – Pode ocorrer quando a transição da circulação fetal para a neonatal não acontece corretamente.


O suporte ventilatório, o uso de surfactante exógeno e o manejo adequado da oxigenoterapia são essenciais para melhorar o prognóstico de bebês prematuros com essas condições.


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Conclusão

O desenvolvimento pulmonar é um processo contínuo que começa na vida intrauterina e se estende até a infância. A maturação dos pulmões é um fator determinante na viabilidade neonatal, especialmente em partos prematuros. Com os avanços da medicina, estratégias como o uso de corticosteroides, surfactante exógeno e ventilação assistida têm aumentado significativamente as taxas de sobrevivência e melhorado a qualidade de vida de bebês prematuros.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Quais complicações do sistema urinário e pulmonar em pacientes queimados

  A desidratação transforma uma queimadura de espessura de parcial viável em uma queimadura de espessura  total , aumentando a morbilidade e  a mortalidade . devido ao aumento de permeabilidade vascular , o organismo perde aproximadamente 4,4ml de liquido por quilograma por hora , precisando , portanto de uma reposição  volêmica muito agressiva , Mas na ausência de uma reposição volêmica agressiva, ocorre  redução do débito cardíaco e do fluxo plasmático renal, e consequentemente a insuficiência renal.                                                                                                                                         Pessoas que sofreram queimaduras faciais também acomete os traquitos respiratórios como pulmões e todo o sistema nasofaringe e traqueia  isso acontece devido o envenenamento por monóxido de carbono que causa lesões na traqueia , obstrução nas vias aerias superiores  , 70% dos pacientes com lesões por inalação apresentam queimaduras faciais , porem 30% dos pacientes com queimaduras  faciais apresentam lesões significativa do trato respiratório

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Quais são os níveis que ajuda no diagnósticos do paciente

Pacientes com problemas neurais são divididos em graus um,dois,treis,quatro e cinco assim fica mais fácil para o tratamento de pacientes com problemas neurais por exemplo, as crianças em níveis de  um  a cinco um de mais simples a cinco a mais grave um anda  sem limitações e cinco transportando em uma cadeira de roda, as crianças  de nível um e dois tem poucas limitações, já crianças de níveis três  tem algumas dificuldades motoras mas ainda sim não interfere diretamente na vida da criança.                                                                                                                   
já crianças de níveis  três e quatro a uma grande dificuldade  como problema em nível medular no qual necessita de ajuda passiva dos fisioterapeutas, enfermeiros e cuidadores e demanda de mais cuidados e um pouco mais de atenção.

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