A avaliação dos sinais e sintomas respiratórios é essencial para determinar a conduta do fisioterapeuta respiratório, pois permite identificar alterações na mecânica ventilatória e possíveis comprometimentos na função pulmonar. Os principais parâmetros avaliados incluem:
Frequência respiratória: número de incursões respiratórias por minuto
Padrão respiratório: regularidade e simetria dos movimentos respiratórios
Uso da musculatura acessória: ativação de músculos do pescoço e do tórax para auxiliar na respiração
Presença de retrações: afundamento da pele entre as costelas ou na região do pescoço, indicando esforço respiratório
Alteração do ritmo respiratório: irregularidades na respiração, como pausas ou acelerações repentinas
Estado de consciência: nível de alerta do paciente, pois alterações podem indicar hipóxia (baixa oxigenação do sangue)
Frequência Respiratória Normal por Faixa Etária
A frequência respiratória varia conforme a idade do paciente. Os valores de referência são:
Adultos: 12 a 20 respirações por minuto (rpm)
Crianças menores de 2 meses: 35 a 60 rpm
Crianças de 2 a 11 meses: 30 a 50 rpm
Crianças de 12 a 59 meses: 20 a 45 rpm
Alterações na Frequência Respiratória
Quando a frequência respiratória foge dos valores normais, pode indicar diferentes condições clínicas:
Taquipneia: ocorre quando a frequência respiratória está acima do normal para a idade. Pode ser causada por febre, infecções respiratórias, insuficiência cardíaca ou ansiedade.
Bradipneia: caracteriza-se por uma frequência respiratória abaixo do normal, podendo estar associada a problemas neurológicos, uso de medicamentos sedativos, hipotermia ou fadiga muscular respiratória. Em casos mais graves, pode evoluir para apneia.
Apneia: interrupção completa da respiração por pelo menos 10 segundos. Pode ser central (quando o cérebro não envia sinais para respirar), obstrutiva (quando há bloqueio das vias aéreas, como na apneia do sono) ou mista (combinação das duas).
Relevância da Avaliação na Fisioterapia Respiratória
A fisioterapia respiratória desempenha um papel fundamental na reabilitação de pacientes com disfunções pulmonares, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, bronquiolite, pneumonia e síndrome do desconforto respiratório. O monitoramento contínuo da frequência e do padrão respiratório auxilia na escolha das técnicas fisioterapêuticas mais adequadas, como exercícios de reexpansão pulmonar, manobras de desobstrução brônquica e técnicas de controle ventilatório.
Além disso, a identificação precoce de alterações na respiração permite intervenções rápidas, prevenindo complicações e melhorando a qualidade de vida do paciente.