segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Qual é a epidemiologia da doença/ marcha escavante


A marcha escarvante, também conhecida como marcha em steppage, ocorre quando o paciente apresenta paralisia da dorsiflexão do pé, geralmente devido a uma fraqueza ou lesão no nervo fibular comum, nervo ciático ou na raiz nervosa de L5. Essa condição impede que o pé seja levantado adequadamente ao caminhar, fazendo com que a ponta dos dedos arraste no chão e aumente o risco de tropeços e quedas.

Para compensar essa dificuldade, o paciente adota um padrão de marcha característico, elevando excessivamente o membro inferior por meio de um movimento exagerado do quadril e do fêmur, na tentativa de evitar o contato da ponta do pé com o solo. Esse padrão gera um deslocamento anômalo e ineficiente, exigindo maior esforço muscular e comprometendo a estabilidade.

Além da fraqueza muscular, outros sinais comuns incluem hipotrofia da musculatura anterior da perna, flacidez e até mesmo lesões recorrentes nos dedos e unhas dos pés, devido ao contato constante com o solo. A marcha escarvante pode estar associada a diversas condições neurológicas, como neuropatia periférica, síndrome do túnel do tarso, esclerose múltipla e doenças do neurônio motor, entre outras.


Comparação com a Marcha Normal

Diferentemente da marcha escarvante, a marcha normal segue um ciclo coordenado e eficiente. O movimento inicia-se com a dorsiflexão do pé, permitindo que ele entre em posição neutra e ofereça suporte ao peso corporal. Em seguida, ocorre a flexão plantar, impulsionando o corpo para frente, enquanto o outro membro entra na fase de balanceio. Esse ciclo se repete de maneira contínua e sincronizada, garantindo estabilidade e eficiência na locomoção.

Já na marcha escarvante, a incapacidade de realizar a dorsiflexão impede a transição suave entre essas fases, resultando em um padrão irregular e compensatório.

Benefícios da Fisioterapia no Tratamento da Marcha Escarvante

A fisioterapia desempenha um papel essencial na reabilitação motora e funcional dos pacientes com marcha escarvante. O tratamento visa fortalecer a musculatura enfraquecida, melhorar a mobilidade e a coordenação dos movimentos, além de reduzir os riscos de quedas e lesões. Entre os principais benefícios da fisioterapia, destacam-se:

Fortalecimento Muscular – Exercícios específicos para os músculos tibial anterior, fibulares e extensores dos dedos ajudam a melhorar a dorsiflexão do pé.

Melhoria da Coordenação e Equilíbrio – Técnicas de reeducação postural e exercícios proprioceptivos ajudam o paciente a desenvolver um padrão de marcha mais seguro.

Alongamento Muscular – Trabalhar a flexibilidade dos músculos da perna evita contraturas e melhora a mobilidade articular.

Estimulação Neuromuscular – O uso de eletroestimulação pode auxiliar na ativação dos músculos paralisados ou enfraquecidos.

Uso de Órteses e Dispositivos Auxiliares – O fisioterapeuta pode recomendar órteses como o AFO (Ankle-Foot Orthosis) para oferecer suporte ao pé e evitar a queda durante a marcha.

Treinamento Funcional – Simulações de atividades diárias ajudam o paciente a readquirir autonomia e melhorar sua qualidade de vida.

O tratamento fisioterapêutico é individualizado e pode ser complementado com outras abordagens, como terapia ocupacional e intervenções médicas, dependendo da causa da marcha escarvante.

Postagem em destaque

Fisioterapeuta Ergonomista: A Chave para um Ambiente de Trabalho Saudável e Produtivo

No mundo moderno, onde as jornadas de trabalho são longas e muitas funções exigem esforço repetitivo ou posturas inadequadas, a ergonomia to...