terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

fisioterapia nós níveis da doença

A poliomielite é uma doença infecciosa viral que pode causar sequelas neuromusculares graves, principalmente em crianças. A atuação da fisioterapia ocorre em diferentes níveis de atenção à saúde, desde a prevenção até a reabilitação dos pacientes afetados.


Nível Primário – Prevenção e Educação em Saúde

No nível primário, a principal estratégia é a prevenção por meio da vacinação, considerada a forma mais eficaz de erradicar a poliomielite. O fisioterapeuta, inserido na Atenção Primária à Saúde (APS), desempenha um papel fundamental na orientação de pais, avós e responsáveis sobre a importância da imunização infantil.

Além da vacinação, medidas de higiene são essenciais para evitar a propagação do vírus, que é transmitido principalmente por contato com fezes contaminadas ou secreções respiratórias. Algumas ações preventivas incluem:

Lavar as mãos frequentemente, especialmente antes das refeições e após o uso do banheiro.

Evitar contato próximo com pessoas doentes.

Garantir condições sanitárias adequadas, como o correto descarte de resíduos e o acesso a água potável.

Ensinar às crianças hábitos saudáveis de higiene para minimizar os riscos de infecção.

A conscientização sobre esses cuidados ajuda a reduzir a disseminação da doença e a evitar possíveis surtos, contribuindo para a erradicação da poliomielite.

Nível Secundário – Diagnóstico Precoce e Tratamento Inicial

O diagnóstico precoce da poliomielite é essencial para minimizar os impactos da doença. O vírus pode afetar o sistema nervoso central, levando a paralisia flácida aguda, que se caracteriza pela fraqueza muscular súbita, geralmente assimétrica, acompanhada da diminuição ou ausência dos reflexos tendinosos. Esse quadro é um dos principais sinais de alerta em crianças menores de 15 anos.

Ao identificar os primeiros sintomas, o tratamento fisioterapêutico deve ser iniciado o mais cedo possível. A intervenção precoce pode ajudar a preservar a mobilidade articular, evitar deformidades e fortalecer a musculatura compensatória. Algumas abordagens incluem:

  • Exercícios de alongamento para manter a flexibilidade muscular e evitar encurtamentos.
  • Mobilização passiva e ativa para preservar a amplitude de movimento das articulações.
  • Técnicas de facilitação neuromuscular para estimular a função motora residual.
  • Uso de órteses e adaptações para melhorar a locomoção e independência do paciente.


Para as crianças, a reintegração escolar e social é um aspecto fundamental do tratamento, garantindo que tenham uma infância ativa e saudável. Nos adultos, a reabilitação pode ser mais lenta, mas contribui para a retomada das atividades diárias e profissionais.


Nível Terciário – Reabilitação e Qualidade de Vida


Nos casos em que a poliomielite deixou sequelas permanentes, a fisioterapia tem um papel essencial na reabilitação e na melhoria da qualidade de vida do paciente. O tratamento no nível terciário inclui:

Fortalecimento muscular: Estimulação da musculatura não afetada para compensar a fraqueza em áreas comprometidas. Exercícios para membros superiores são indicados quando há paralisia nos membros inferiores.


Terapia respiratória: Em pacientes que apresentam dificuldades respiratórias, técnicas como treinamento diafragmático e reeducação ventilatória ajudam a otimizar a função pulmonar. Pacientes com necessidade de ventilação mecânica podem se beneficiar de exercícios específicos para a musculatura respiratória.

Hidroterapia e imersão em turbilhão: Métodos utilizados para facilitar o movimento e reduzir o impacto sobre as articulações, proporcionando alívio da dor e melhora da mobilidade.

Uso de dispositivos de assistência: Órteses, cadeiras de rodas e outras adaptações podem ser necessárias para aumentar a independência e a funcionalidade do paciente.

A reabilitação é um processo contínuo, e a atuação do fisioterapeuta deve ser integrada a uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, para garantir um atendimento completo e personalizado.


Conclusão


A fisioterapia desempenha um papel essencial na luta contra a poliomielite, desde a prevenção até a reabilitação dos pacientes afetados. A vacinação continua sendo a principal estratégia para erradicar a doença, mas, nos casos em que ocorrem sequelas, a intervenção fisioterapêutica pode proporcionar melhorias significativas na funcionalidade e qualidade de vida dos pacientes.


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