As queimaduras representam um dos traumas mais complexos no contexto da reabilitação, podendo causar limitações físicas, funcionais e emocionais. O processo de recuperação exige uma abordagem multidisciplinar, na qual a fisioterapia desempenha um papel essencial na preservação da mobilidade, no tratamento de cicatrizes e na adaptação do paciente à sua nova condição.
A fisioterapia atua desde os primeiros momentos após a lesão até a fase tardia de recuperação, prevenindo complicações, reduzindo sequelas e promovendo a reintegração do indivíduo à sociedade. Além dos impactos físicos, o trabalho fisioterapêutico contribui significativamente para a melhora da autoestima e da qualidade de vida do paciente, auxiliando na superação dos desafios impostos pelas queimaduras.
Seu trabalho pode ser dividido em três níveis principais:
1. Fase Aguda
Ocorre logo após a lesão e durante a hospitalização, com foco na prevenção de complicações. As principais abordagens incluem:
Prevenção de contraturas e rigidez articular por meio de mobilizações passivas e posicionamento adequado.
Terapia respiratória, especialmente em pacientes com inalação de fumaça, para evitar complicações pulmonares.
Controle da dor e edema, favorecendo uma melhor recuperação.
2. Fase Subaguda
Essa fase ocorre após a estabilização do paciente e foca na recuperação funcional. A fisioterapia atua em:
Restauração da amplitude de movimento, prevenindo aderências cicatriciais.
Treinamento de força e resistência muscular para readquirir autonomia.
Tratamento de cicatrizes hipertróficas por meio de técnicas como massagem, mobilização tecidual e uso de malhas compressivas.
3. Fase Crônica ou de Reabilitação Tardia
Envolve o retorno do paciente às suas atividades diárias e sociais, incluindo:
Reintegração funcional, auxiliando na readaptação ao trabalho e vida social.
Treinamento para atividades diárias, promovendo independência.
Acompanhamento contínuo para monitoramento de possíveis complicações tardias.
Conclusão
A fisioterapia desempenha um papel fundamental na reabilitação de pacientes queimados, atuando desde a fase aguda até a reintegração social. Seu trabalho contribui para a preservação da mobilidade, melhora da função respiratória e adaptação do paciente à sua nova realidade, garantindo maior qualidade de vida.