sábado, 26 de agosto de 2023

fáscia uma membrana de tecido conjuntivo


A palavra "fáscia" designa uma membrana de tecido conjuntivo fibroso que protege órgãos (como a fáscia periesofagiana e peri e intrafaringiana) ou conjuntos orgânicos (como a fáscia endocárdica e a fáscia parietal). Também é usada para se referir aos tecidos conjuntivos de nutrição, como a fáscia superficial e a fáscia própria. No entanto, essa não é a forma como as modernas técnicas terapêuticas consideram o conceito.


O termo "fáscia", tal como nos interessa, foi inicialmente cunhado por osteopatas, que foram, ao que tudo indica, os primeiros a introduzir a ideia de globalidade anatômica. Não se trata de "fáscias" (no plural), como frequentemente se diz, mas de "fáscia" (no singular). A palavra "fáscia" representa, portanto, não uma entidade fisiológica isolada, mas um conjunto membranoso contínuo, no qual tudo está interligado e funciona como uma unidade.


Esse conjunto de tecidos, que constitui uma peça única e contínua, trouxe consigo a noção de globalidade, conceito fundamental sobre o qual se baseiam todas as técnicas modernas de terapia manual. O principal corolário dessa visão é que o menor tensionamento, seja ele ativo ou passivo, reverbera por todo o sistema. Assim, todas as estruturas anatômicas podem ser consideradas mecanicamente interdependentes, tanto no âmbito estrutural quanto no fisiológico.


O tecido conjuntivo, como qualquer outro tecido, é formado por células específicas denominadas blastos. Nos ossos, essas células são os osteoblastos; na cartilagem, os condroblastos; e, no tecido fibroso, os fibroblastos. Essas células estreladas comunicam-se entre si por meio de prolongamentos protoplasmáticos. Apesar de sua baixa atividade metabólica, sua principal função é a secreção de duas proteínas: colágeno e elastina.


Embora ambas as proteínas sejam renováveis, apresentam características distintas. A elastina, por ser uma proteína de longa duração, possui uma estrutura estável, enquanto o colágeno, de curta duração, é continuamente modificado ao longo da vida.


Dentro do tecido conjuntivo, essas proteínas organizam-se em fibras:


Fibras de colágeno: Agrupam-se em feixes, conhecidos como feixes conjuntivos, que são "cimentados" por uma substância mucóide de ligação chamada mucina. Altamente hidrófila, a mucina fixa substâncias provenientes do meio interno, conferindo especialização aos diferentes tecidos conjuntivos.


Fibras de elastina: Dispõem-se em uma rede de malhas mais ou menos amplas, cuja organização depende de fatores excitantes que estimulam a secreção da elastina. Embora ainda não se conheça exatamente o estímulo responsável por essa secreção, já se sabe há anos que o tensionamento do tecido é o principal fator que desencadeia a produção de colágeno.


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