sábado, 2 de outubro de 2021

como se forma distrofia muscular de Duchenne

 
A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma doença genética ligada ao cromossomo X, causada por mutações no gene DMD, responsável pela produção da distrofina. Essa proteína desempenha um papel fundamental na estabilidade das fibras musculares, e sua ausência leva à degeneração progressiva dos músculos esqueléticos, cardíacos e respiratórios.

Causa e Transmissão Genética

Na maioria dos casos, as mães são portadoras assintomáticas da mutação genética responsável pela DMD. A doença é caracterizada por deleções no gene DMD, que resultam na falta de fragmentos de DNA essenciais para o funcionamento adequado do gene. Como a DMD é uma condição recessiva ligada ao cromossomo X, afeta quase exclusivamente meninos, enquanto as mulheres portadoras geralmente não apresentam sintomas ou manifestam sintomas leves.

Estudos indicam que cerca de 30% das mutações ocorrem de forma espontânea, sem histórico familiar prévio. Em outros casos, a mutação é herdada da mãe portadora. O diagnóstico genético pode ser confirmado por meio de teste de DNA, que identifica as deleções, duplicações ou mutações pontuais no gene da distrofina.

Manifestações Clínicas

Os primeiros sinais da DMD costumam surgir entre os 2 e 5 anos de idade, com sintomas como:

Fraqueza muscular proximal (inicialmente nos músculos das pernas e quadris);

Dificuldade para correr, pular e subir escadas;

Marcha anserina (andar com os pés afastados e movimentos oscilantes);

Sinal de Gowers (a criança usa as mãos para se apoiar nas pernas ao tentar se levantar);

Hipertrofia das panturrilhas (aumento aparente dos músculos devido à substituição por tecido fibroso e gordura);

Atraso na aprendizagem da fala e dificuldades cognitivas (em alguns casos).


À medida que a doença progride, a fraqueza muscular se espalha para os membros superiores, levando à perda da capacidade de movimentação independente. Por volta dos 10 a 12 anos, a maioria dos pacientes já necessita de cadeira de rodas.

Comprometimento Respiratório e Pulmonar

Desde a infância, a DMD afeta a musculatura respiratória, resultando em redução progressiva da função pulmonar. No início, as alterações podem ser sutis, mas tornam-se mais evidentes com a evolução da doença. O comprometimento pulmonar segue um curso previsível, com declínio acentuado após a perda da deambulação (capacidade de andar).

Nos casos mais graves, a fraqueza muscular leva à insuficiência respiratória (IR) e à tosse ineficaz, aumentando o risco de infecções pulmonares, atelectasias e complicações respiratórias. Pacientes com insuficiência respiratória crônica compensada podem apresentar poucos sintomas no início, mas a demanda respiratória aumenta com o tempo.

Os sintomas de hipoventilação incluem:

Sono agitado e despertares frequentes;

Fadiga excessiva durante o dia;

Dificuldade para acordar pela manhã;

Dispneia (falta de ar) mesmo em repouso;

Cefaleia matinal devido à retenção de CO₂;

Dificuldade de concentração e queda no desempenho escolar;

Depressão e alterações de humor;

Em casos severos, hipersonolência e alterações do estado mental.


Com a progressão da doença, muitos pacientes necessitam de suporte ventilatório, como ventilação não invasiva (VNI) com pressão positiva (BiPAP) durante o sono e, em estágios avançados, suporte contínuo para garantir a oxigenação adequada.

Tratamento e Manejo Terapêutico

Embora a DMD não tenha cura, uma abordagem multidisciplinar pode melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevida dos pacientes. O tratamento envolve:

1. Fisioterapia e Exercícios de Resistência

A fisioterapia desempenha um papel fundamental na manutenção da mobilidade e da função muscular. Como a DMD é uma doença degenerativa, o objetivo não é aumentar a força muscular, mas sim prolongar sua resistência e retardar a progressão da fraqueza.

Exercícios recomendados incluem:

Sentar e levantar para fortalecer os músculos inferiores;

Exercícios para os músculos abdominais e costas, ajudando na estabilização do tronco;

Alongamentos diários para prevenir contraturas musculares e deformidades ortopédicas;

Uso de órteses e dispositivos auxiliares para manter a postura e evitar encurtamentos musculares.


2. Terapia Respiratória

A fraqueza da musculatura respiratória compromete a ventilação e a tosse. Estratégias incluem:

Técnicas de clearance mucociliar, como uso de insuflador-exuflador mecânico ("cough assist") para melhorar a eliminação de secreções;

Ventilação não invasiva (VNI) para prevenir hipoventilação noturna;

Monitoramento da função pulmonar com espirometria e medições de pico de fluxo de tosse.


3. Uso de Corticoides

Medicamentos como prednisona e deflazacorte são amplamente utilizados para retardar a progressão da fraqueza muscular. Eles ajudam a preservar a função motora por mais tempo, reduzindo a inflamação muscular e a degradação das fibras musculares.

4. Cuidados Cardíacos

A cardiomiopatia dilatada é uma complicação frequente na DMD. O monitoramento regular da função cardíaca, com ecocardiograma e ressonância magnética cardíaca, é essencial. Medicamentos como inibidores da ECA e betabloqueadores podem ser prescritos para proteger o coração.

5. Terapia Gênica e Novos Tratamentos

Avanços na terapia gênica estão trazendo novas perspectivas para a DMD. Terapias experimentais, como o uso de oligonucleotídeos antisenso (exon skipping) e terapia de reposição da distrofina, estão sendo estudadas para restaurar parcialmente a função da distrofina e retardar a progressão da doença.

Conclusão

A Distrofia Muscular de Duchenne é uma doença progressiva e debilitante, mas avanços no tratamento e abordagens terapêuticas multidisciplinares têm permitido maior qualidade de vida e longevidade para os pacientes. A fisioterapia, a ventilação assistida, o uso de corticoides e o acompanhamento cardiológico são fundamentais para o manejo da doença. A pesquisa em terapia gênica traz esperança de novas opções terapêuticas no futuro.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Qual é a epidemiologia da doença/ marcha escavante


A marcha escarvante, também conhecida como marcha em steppage, ocorre quando o paciente apresenta paralisia da dorsiflexão do pé, geralmente devido a uma fraqueza ou lesão no nervo fibular comum, nervo ciático ou na raiz nervosa de L5. Essa condição impede que o pé seja levantado adequadamente ao caminhar, fazendo com que a ponta dos dedos arraste no chão e aumente o risco de tropeços e quedas.

Para compensar essa dificuldade, o paciente adota um padrão de marcha característico, elevando excessivamente o membro inferior por meio de um movimento exagerado do quadril e do fêmur, na tentativa de evitar o contato da ponta do pé com o solo. Esse padrão gera um deslocamento anômalo e ineficiente, exigindo maior esforço muscular e comprometendo a estabilidade.

Além da fraqueza muscular, outros sinais comuns incluem hipotrofia da musculatura anterior da perna, flacidez e até mesmo lesões recorrentes nos dedos e unhas dos pés, devido ao contato constante com o solo. A marcha escarvante pode estar associada a diversas condições neurológicas, como neuropatia periférica, síndrome do túnel do tarso, esclerose múltipla e doenças do neurônio motor, entre outras.


Comparação com a Marcha Normal

Diferentemente da marcha escarvante, a marcha normal segue um ciclo coordenado e eficiente. O movimento inicia-se com a dorsiflexão do pé, permitindo que ele entre em posição neutra e ofereça suporte ao peso corporal. Em seguida, ocorre a flexão plantar, impulsionando o corpo para frente, enquanto o outro membro entra na fase de balanceio. Esse ciclo se repete de maneira contínua e sincronizada, garantindo estabilidade e eficiência na locomoção.

Já na marcha escarvante, a incapacidade de realizar a dorsiflexão impede a transição suave entre essas fases, resultando em um padrão irregular e compensatório.

Benefícios da Fisioterapia no Tratamento da Marcha Escarvante

A fisioterapia desempenha um papel essencial na reabilitação motora e funcional dos pacientes com marcha escarvante. O tratamento visa fortalecer a musculatura enfraquecida, melhorar a mobilidade e a coordenação dos movimentos, além de reduzir os riscos de quedas e lesões. Entre os principais benefícios da fisioterapia, destacam-se:

Fortalecimento Muscular – Exercícios específicos para os músculos tibial anterior, fibulares e extensores dos dedos ajudam a melhorar a dorsiflexão do pé.

Melhoria da Coordenação e Equilíbrio – Técnicas de reeducação postural e exercícios proprioceptivos ajudam o paciente a desenvolver um padrão de marcha mais seguro.

Alongamento Muscular – Trabalhar a flexibilidade dos músculos da perna evita contraturas e melhora a mobilidade articular.

Estimulação Neuromuscular – O uso de eletroestimulação pode auxiliar na ativação dos músculos paralisados ou enfraquecidos.

Uso de Órteses e Dispositivos Auxiliares – O fisioterapeuta pode recomendar órteses como o AFO (Ankle-Foot Orthosis) para oferecer suporte ao pé e evitar a queda durante a marcha.

Treinamento Funcional – Simulações de atividades diárias ajudam o paciente a readquirir autonomia e melhorar sua qualidade de vida.

O tratamento fisioterapêutico é individualizado e pode ser complementado com outras abordagens, como terapia ocupacional e intervenções médicas, dependendo da causa da marcha escarvante.

como é o disco intervertebral e como ele se divide



  Os discos intervertebrais amortecem as cargas e pressões ao longo da coluna vertebral , diminuindo o risco de trauma sobre a coluna que possam provocar fratura na vertebra por contato osso a osso , o conjunto de disco intervertebral é considerado um complexo de sistemas hidráulicos que absorve choques , que permite uma compressão transitória em decorrência do deslocamento do liquido dentro do continente elástico que possibilita o movimento

   O disco intervertebral é formado por anéis concêntricos em sua poção externa e por um núcleo gelatinoso (núcleo pulposo) formado por substancia hidrófilas que garante a retenção de agua , mantendo a capacidade de hidratação e flexibilidade do disco.

 


O disco intervertebral é formada por anulo fibroso e núcleo pulposo , o núcleo fibroso suporta as pressões submetidas a coluna vertebral transmitida pelo corpo vertebrais , são suas principais funções: Auxilia na estabilização dos corpo vertebrais adjacentes que permite o movimento entre os corpos vertebrais, atua como ligamento. Acessório, reter o núcleo pulposo em sua posição e funcionar como amortecedor de forças .

  Já o núcleo pulposo por meio do seu descolamento, estimula o anel concêntrico na retenção das pressões e orienta o corpo quanto a posição da coluna vertebral são suas principais funções ; funcionar como mecanismo de absorção de forças, possibilita a troca de líquido entre os discos e os capilares vertebrais e atuar como eixo vertical de movimento entre duas vertebras .

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Ventilação Não Invasiva: Benefícios, Indicações e a Importância da Fisioterapia no Suporte Respiratório

A ventilação não invasiva (VNI) é um método de suporte respiratório que utiliza interfaces como máscaras para fornecer assistência ventilatória sem a necessidade de dispositivos invasivos, como tubos orotraqueais ou traqueostomias. Esse tipo de ventilação é amplamente utilizado em pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica, permitindo a melhora da oxigenação e da remoção de dióxido de carbono sem a necessidade de intubação.


Existem diversos tipos de interfaces para a VNI, sendo as mais comuns as máscaras nasais, oronasais (faciais) e capacetes. Em lactentes e recém-nascidos, os prongs nasais e as máscaras nasais são frequentemente utilizados, pois se ajustam melhor à anatomia da criança e oferecem maior conforto. Isso é especialmente importante porque, até cerca de seis meses de idade, os bebês possuem uma respiração predominantemente nasal, tornando essas interfaces mais eficazes.

A VNI é indicada principalmente para pacientes com insuficiência respiratória que não necessitam de intubação imediata, sendo eficaz em condições como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) descompensada, edema agudo de pulmão, apneia obstrutiva do sono, insuficiência cardíaca congestiva e crise asmática grave, entre outras. Também é amplamente utilizada em pacientes que apresentam taquipneia, dispneia, hipoxemia, retenção de dióxido de carbono, aumento do trabalho respiratório e redução do volume corrente.

Apesar dos benefícios, o uso da VNI pode trazer algumas complicações. O ajuste inadequado da máscara pode causar lesões na pele, como hematomas, úlceras de pressão e escaras, especialmente em pacientes que precisam utilizá-la por longos períodos. Além disso, o uso prolongado pode levar a ressecamento da mucosa nasal e oral, irritação ocular, distensão gástrica, sonolência, fraqueza muscular e, em alguns casos, náuseas e vômitos.

A fisioterapia respiratória desempenha um papel fundamental no sucesso da ventilação não invasiva, tanto na fase inicial de adaptação quanto na manutenção da eficácia do tratamento. O fisioterapeuta é responsável por avaliar o paciente, selecionar a interface mais adequada, ajustar os parâmetros ventilatórios e monitorar a evolução clínica.

Além disso, o fisioterapeuta atua na reeducação respiratória, auxiliando na melhora da mecânica ventilatória e na eliminação de secreções por meio de técnicas como drenagem postural, vibração torácica e tosse assistida. Em pacientes com doenças crônicas, a fisioterapia também contribui para o fortalecimento da musculatura respiratória, reduzindo a fadiga e melhorando a tolerância ao esforço.

Nos casos de desmame da VNI, a fisioterapia respiratória é essencial para garantir uma transição segura, prevenindo complicações como atelectasias e hipoventilação alveolar. O acompanhamento contínuo permite ajustar a ventilação conforme a necessidade do paciente, promovendo uma recuperação mais eficaz e reduzindo o tempo de dependência do suporte ventilatório.

Portanto, a atuação da fisioterapia na VNI é indispensável para otimizar os resultados, minimizar riscos e garantir uma melhor qualidade de vida para os pacientes que necessitam desse suporte respiratório.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Avaliação Respiratória: Como Identificar Sinais e Sintomas Importantes


A avaliação dos sinais e sintomas respiratórios é essencial para determinar a conduta do fisioterapeuta respiratório, pois permite identificar alterações na mecânica ventilatória e possíveis comprometimentos na função pulmonar. Os principais parâmetros avaliados incluem:

Frequência respiratória: número de incursões respiratórias por minuto

Padrão respiratório: regularidade e simetria dos movimentos respiratórios

Uso da musculatura acessória: ativação de músculos do pescoço e do tórax para auxiliar na respiração

Presença de retrações: afundamento da pele entre as costelas ou na região do pescoço, indicando esforço respiratório

Alteração do ritmo respiratório: irregularidades na respiração, como pausas ou acelerações repentinas

Estado de consciência: nível de alerta do paciente, pois alterações podem indicar hipóxia (baixa oxigenação do sangue)

Frequência Respiratória Normal por Faixa Etária


A frequência respiratória varia conforme a idade do paciente. Os valores de referência são:

Adultos: 12 a 20 respirações por minuto (rpm)

Crianças menores de 2 meses: 35 a 60 rpm

Crianças de 2 a 11 meses: 30 a 50 rpm

Crianças de 12 a 59 meses: 20 a 45 rpm


Alterações na Frequência Respiratória

Quando a frequência respiratória foge dos valores normais, pode indicar diferentes condições clínicas:

Taquipneia: ocorre quando a frequência respiratória está acima do normal para a idade. Pode ser causada por febre, infecções respiratórias, insuficiência cardíaca ou ansiedade.

Bradipneia: caracteriza-se por uma frequência respiratória abaixo do normal, podendo estar associada a problemas neurológicos, uso de medicamentos sedativos, hipotermia ou fadiga muscular respiratória. Em casos mais graves, pode evoluir para apneia.

Apneia: interrupção completa da respiração por pelo menos 10 segundos. Pode ser central (quando o cérebro não envia sinais para respirar), obstrutiva (quando há bloqueio das vias aéreas, como na apneia do sono) ou mista (combinação das duas).


Relevância da Avaliação na Fisioterapia Respiratória

A fisioterapia respiratória desempenha um papel fundamental na reabilitação de pacientes com disfunções pulmonares, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, bronquiolite, pneumonia e síndrome do desconforto respiratório. O monitoramento contínuo da frequência e do padrão respiratório auxilia na escolha das técnicas fisioterapêuticas mais adequadas, como exercícios de reexpansão pulmonar, manobras de desobstrução brônquica e técnicas de controle ventilatório.

Além disso, a identificação precoce de alterações na respiração permite intervenções rápidas, prevenindo complicações e melhorando a qualidade de vida do paciente.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Lombalgia e Lombociatalgia: Causas, Sintomas e Mecanismos da Dor Lombar

 


A lombalgia é caracterizada por uma dor de origem mecânica localizada na região inferior da coluna vertebral, especificamente entre a última costela e a prega glútea. Essa dor pode surgir devido a esforços físicos excessivos em estruturas saudáveis ou, em alguns casos, devido a esforços normais em estruturas já lesionadas.


Quando essa dor se irradia para um ou ambos os membros inferiores, passa a ser denominada lombociatalgia. Já a ciatalgia, ou ciática, ocorre quando a dor se origina na raiz da coxa e pode se estender unilateral ou bilateralmente, ultrapassando o joelho. A intensidade e a extensão da dor variam conforme a raiz nervosa comprometida.


Sintomas Associados às Lombalgias


Além da dor lombar, os pacientes podem apresentar uma série de sintomas que auxiliam no diagnóstico diferencial das dores na coluna, tais como:


Dor em regiões adjacentes, como nádegas, pernas e pés;


Dor na região torácica da coluna vertebral;


Alterações de sensibilidade, como formigamento ou dormência;


Redução da força muscular;


Limitação na amplitude de movimento da coluna;


Desconforto ao realizar movimentos ativos ou esforços como tossir e evacuar;


Alterações nos reflexos;


Claudicação (dificuldade ao caminhar devido à dor);


Disfunções vesicais, como perda de controle urinário;


Impacto emocional, incluindo ansiedade e depressão.



Causas e Mecanismos da Lombalgia Mecânica


As lombalgias de origem mecânica são as mais comuns e estão associadas a desequilíbrios musculares que levam a alterações no movimento da coluna. Nesses casos, é frequente a presença de hipertonia (aumento da tensão muscular) e espasmos musculares.


A dor geralmente se restringe à região lombar, podendo, em alguns casos, irradiar-se para as coxas. Pode surgir repentinamente ao acordar, muitas vezes acompanhada da sensação de que a coluna está desalinhada, ou pode ser desencadeada por movimentos bruscos, especialmente de flexão do tronco.


Fatores como má postura, sedentarismo, sobrecarga mecânica e processos degenerativos da coluna também contribuem para o desenvolvimento da lombalgia. O tratamento envolve abordagens como fisioterapia, fortalecimento muscular, mudanças posturais e, em alguns casos, uso de medicamentos para alívio da dor.

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Limitações e Alternativas da Percussão Torácica em Recém-Nascidos e Lactentes: Segurança e Eficácia na Fisioterapia Respiratória


A eficácia da percussão torácica depende da força aplicada na manobra e da rigidez do tórax. Em recém-nascidos e lactentes, sua efetividade é amplamente questionada devido às características anatômicas e fisiológicas dessa faixa etária, o que levanta preocupações sobre sua real indicação e segurança.

Fatores Anatômicos e Fisiológicos na População Pediátrica

O tórax infantil apresenta alta complacência devido à imaturidade do esqueleto torácico, que é composto predominantemente por cartilagem. Isso torna a parede torácica mais flexível, reduzindo a transmissão da força aplicada durante a tapotagem e diminuindo sua eficácia na mobilização de secreções. Além disso, os músculos respiratórios, especialmente o diafragma, ainda estão em desenvolvimento e possuem menor resistência à fadiga, o que aumenta o risco de exaustão respiratória em manobras inadequadas.

Outro fator relevante é a via aérea dos neonatos e lactentes, que é proporcionalmente mais estreita e sujeita a colapsos, especialmente sob pressão negativa excessiva ou manipulações inadequadas. O calibre reduzido das vias aéreas também facilita a obstrução por secreções espessas, tornando essencial a escolha de estratégias que favoreçam sua mobilização sem comprometer a ventilação.

Impacto da Tapotagem e Seus Riscos

Para que ocorra o desprendimento das secreções brônquicas nesses pacientes, seria necessário aplicar uma energia mais intensa do que a utilizada em adultos. No entanto, isso apresenta riscos significativos, como:

Dor e desconforto: devido à sensibilidade da parede torácica infantil.

Fraturas costais: especialmente em recém-nascidos prematuros ou lactentes com doenças ósseas, como a osteogênese imperfeita.

Colapso das vias aéreas: pela elevada complacência torácica, que pode levar ao fechamento dinâmico dos brônquios de pequeno calibre.

Diminuição da eficácia respiratória: se aplicada de maneira inadequada, pode aumentar o trabalho respiratório e comprometer a troca gasosa.


Alternativas Terapêuticas Mais Seguras

Diante dessas limitações, técnicas mais seguras e eficazes são preferidas na fisioterapia respiratória pediátrica, como:

1. Drenagem postural – Utiliza a gravidade para facilitar a eliminação de secreções, sendo amplamente indicada para lactentes com doenças pulmonares obstrutivas.


2. Vibração torácica suave – Aplicada durante a expiração para mobilizar secreções sem causar impacto na parede torácica.


3. Aceleração do fluxo expiratório (AFE) – Técnica manual que facilita a remoção de secreções por meio de variações de pressão e fluxo respiratório.


4. Estimulação da tosse – Essencial para a eliminação efetiva do muco, especialmente em crianças com capacidade de tosse preservada.


5. Aspiração de vias aéreas – Indicada para lactentes incapazes de eliminar secreções por conta própria, mas deve ser feita com cautela para evitar traumas e hipoxemia.



Relevância Clínica e Abordagem Individualizada

A escolha da abordagem terapêutica deve ser baseada na avaliação clínica individualizada, considerando a condição respiratória do paciente, a presença de doenças pulmonares subjacentes (como bronquiolite ou fibrose cística) e a tolerância à técnica aplicada.

Embora a percussão torácica tenha seu papel na fisioterapia respiratória, seu uso em neonatos e lactentes deve ser cauteloso e, na maioria dos casos, substituído por métodos menos invasivos e mais eficazes. A conduta deve sempre priorizar a segurança do paciente e a relação risco-benefício da intervenção.

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