terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Fatores do controle vascular por íons e outros fatores químicos

Diversos íons e outros fatores químicos podem influenciar a dilatação ou contração dos vasos sanguíneos locais. Embora muitos tenham papel limitado na regulação geral da circulação, alguns apresentam efeitos específicos:

1. O aumento da concentração de íons cálcio induz a vasoconstrição, devido ao efeito geral do cálcio em estimular a contração do músculo liso.



2. Dentro dos limites fisiológicos, um aumento na concentração de íons potássio promove vasodilatação, pois os íons potássio inibem a contração do músculo liso.


3. A elevação dos níveis de íons magnésio causa vasodilatação intensa, já que os íons magnésio interferem na contração do músculo liso.


4. Um aumento na concentração de íons hidrogênio (redução do pH) resulta na dilatação das arteríolas, enquanto uma leve diminuição dos íons hidrogênio favorece a constrição das arteríolas.


5. Ânions como acetato e citrato também têm influência nos vasos sanguíneos, provocando graus leves de vasodilatação.


6. O aumento da concentração de dióxido de carbono gera vasodilatação moderada na maioria dos tecidos, mas no cérebro essa vasodilatação é mais acentuada. Além disso, o dióxido de carbono presente no sangue, ao atuar sobre o centro vasomotor cerebral, pode desencadear um efeito indireto significativo, resultando em vasoconstrição generalizada mediada pelo sistema nervoso simpático.



Vale destacar que grande parte dos vasodilatadores e vasoconstritores apresenta impacto limitado no fluxo sanguíneo a longo prazo, a menos que alterem significativamente a intensidade metabólica dos tecidos. Na maioria das situações, o fluxo sanguíneo tecidual e o débito cardíaco (correspondente à soma do fluxo em todos os tecidos) permanecem pouco alterados, exceto em estudos experimentais envolvendo infusões prolongadas de grandes quantidades de agentes como a angiotensina II (vasoconstritor potente) ou a bradicinina (vasodilatador). Mesmo assim, os efeitos tendem a ser transitórios.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Diferenças entre Exercícios Isotônicos, Isocinéticos e Isométricos na Hidroterapia


A hidroterapia utiliza a resistência e as propriedades da água para realizar exercícios terapêuticos. Dentre esses exercícios, destacam-se os movimentos isotônicos, isocinéticos e isométricos, cada um com características e benefícios específicos. Vamos entender melhor as diferenças entre eles.

 Movimentos Isotônicos


Nos movimentos isotônicos na hidroterapia, o fisioterapeuta aplica uma resistência graduada e controlada, atuando como um fator estabilizante. Esses movimentos ocorrem quando o paciente é movido na água, permitindo a variação da resistência aplicada. A resistência pode ser aumentada ou diminuída conforme a necessidade, sendo classificada como proximal, medial ou distal.

Exemplo Prático:Com o paciente deitado sobre a água, o fisioterapeuta pode aumentar ou diminuir a resistência segurando no flutuador cervical ou nos cotovelos do paciente. A cabeça do paciente pode ou não encostar no peito do fisioterapeuta, dependendo da resistência necessária.

Movimentos Isocinéticos

Nos movimentos isocinéticos, a resistência e o movimento são controlados pelo próprio paciente, enquanto o fisioterapeuta permanece como ponto fixo, sem se mover. O fisioterapeuta utiliza comandos verbais para orientar o paciente na realização dos exercícios planejados.

Exemplo Prático: O paciente realiza movimentos específicos contra a resistência da água, enquanto o fisioterapeuta fornece instruções e suporte verbal, garantindo que os exercícios sejam executados corretamente e com segurança.


Movimentos Isométricos

Nos movimentos isométricos, o paciente permanece estático enquanto o fisioterapeuta realiza movimentos ao redor do paciente. Esses movimentos podem incluir rotações completas, movimentos laterais, com os braços abertos ou fechados, alterando o contato da água com o corpo do paciente e variando a dificuldade de se manter estático.

Exemplo Prático: O paciente pode mudar de decúbito dorsal para decúbito lateral, mantendo-se estático enquanto o fisioterapeuta realiza os movimentos ao seu redor. Esses exercícios são realizados em uma sessão conhecida como "bad hagaz".

Conclusão

Os exercícios isotônicos, isocinéticos e isométricos na hidroterapia oferecem benefícios únicos para a reabilitação e fortalecimento dos pacientes. A utilização desses diferentes tipos de movimentos permite uma abordagem abrangente e personalizada, promovendo a recuperação e o bem-estar dos pacientes de maneira eficaz e segura.

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Como ocorre a produção de hemácias e células

 Produção e Desenvolvimento das Hemácias


Nos estágios iniciais do desenvolvimento embrionário, as primeiras hemácias são produzidas no saco vitelino. Essas células iniciais possuem núcleo e desempenham um papel essencial na oxigenação do embrião. À medida que a gestação avança, especialmente no segundo trimestre, o fígado se torna o principal órgão responsável pela produção dessas células, com o baço e os linfonodos também contribuindo para esse processo. No último mês de gestação e após o nascimento, a medula óssea assume totalmente essa função, tornando-se a única estrutura encarregada da formação das hemácias.



Durante os primeiros cinco anos de vida, praticamente todos os ossos do corpo participam da produção de hemácias. No entanto, com o crescimento, a medula óssea dos ossos longos, exceto as partes superiores do úmero e da tíbia, sofre um processo de transformação, tornando-se predominantemente gordurosa e perdendo a capacidade de produzir células sanguíneas. Por volta dos 20 anos de idade, a eritropoiese ocorre principalmente nos ossos membranosos, como vértebras, esterno, costelas e íleo. Com o passar dos anos, a eficiência da medula óssea na produção de hemácias tende a diminuir progressivamente.


Origem e Diferenciação das Hemácias


A formação das hemácias tem início na medula óssea a partir de células-tronco hematopoiéticas pluripotentes, que são capazes de gerar todas as células sanguíneas do organismo. Com sucessivas divisões, essas células originam diferentes linhagens celulares. Algumas delas permanecem como reserva na medula óssea para garantir a reposição contínua, embora sua quantidade diminua com o envelhecimento.


À medida que amadurecem, as células-tronco passam por estágios intermediários, nos quais já apresentam características específicas da linhagem que irão compor. Essas células especializadas são chamadas de células-tronco comprometidas. Quando cultivadas em laboratório, elas demonstram capacidade de gerar colônias específicas de células sanguíneas. Aquelas responsáveis pela produção de hemácias são denominadas unidades formadoras de colônia de eritrócitos (CFU-E, colony-forming unit-erythrocyte). De maneira similar, existem células-tronco comprometidas para granulócitos e monócitos, chamadas CFU-GM (colony-forming unit-granulocyte/macrophage).


Regulação da Produção de Hemácias


A proliferação e a diferenciação das células-tronco são reguladas por proteínas específicas, conhecidas como indutores de crescimento. Dentre esses fatores, existem quatro principais, cada um com funções distintas. Um deles é a interleucina-3, responsável por estimular a multiplicação de diversas células-tronco comprometidas. Outros indutores atuam de maneira mais específica, promovendo a diferenciação de determinados tipos de células sanguíneas.


quarta-feira, 20 de setembro de 2023

substancias hormonais que inibe as dores

Há muito tempo, descobriu-se que a injeção de pequenas quantidades de morfina em regiões específicas do cérebro, como o núcleo periventricular próximo ao terceiro ventrículo e a substância cinzenta periaquedutal do tronco cerebral, pode gerar analgesia extrema. Estudos posteriores identificaram que substâncias semelhantes à morfina, especialmente os opioides, também atuam em outras áreas do sistema de analgesia, incluindo os cornos dorsais da medula espinhal. Muitos medicamentos que afetam a excitabilidade neuronal agem diretamente sobre os receptores sinápticos. Isso levou à hipótese de que os “receptores para morfina” no sistema de analgesia poderiam, na verdade, ser receptores para neurotransmissores semelhantes à morfina, naturalmente produzidos pelo sistema nervoso. Por isso, pesquisas extensas foram realizadas para identificar o opioide natural do corpo humano.

Cerca de uma dúzia dessas substâncias opioides foram encontradas em diferentes partes do sistema nervoso. Elas são originadas da degradação de três grandes proteínas: pró-opiomelanocortina, proencefalina e prodinorfina. Entre os principais opioides naturais estão a β-endorfina, a metencefalina, a leuencefalina e a dinorfina. As encefalinas estão presentes no tronco cerebral e na medula espinhal, nas regiões descritas como parte do sistema de analgesia, enquanto a β-endorfina é encontrada no hipotálamo e na hipófise. Já a dinorfina ocorre principalmente nas mesmas áreas que as encefalinas, mas em quantidades bem menores.

Embora os detalhes do sistema opioide do cérebro ainda não sejam totalmente compreendidos, sabe-se que a ativação do sistema de analgesia por estímulos neurais que chegam à substância cinzenta periaquedutal e à região periventricular, ou pela administração de opioides como a morfina, pode praticamente suprimir os sinais dolorosos provenientes dos nervos periféricos. Além disso, outra descoberta importante no controle da dor foi que a estimulação de fibras sensoriais grandes do tipo Aβ, localizadas em receptores táteis periféricos, reduz a transmissão dos sinais de dor provenientes da mesma área corporal. Isso ocorre devido à inibição lateral local na medula espinhal, explicando por que técnicas simples, como massagens em áreas próximas à dor, são frequentemente eficazes no alívio. Esse mesmo princípio provavelmente justifica o uso de linimentos para aliviar dores localizadas.

Esse mecanismo, aliado à ativação psicogênica do sistema de analgesia central, também pode ser a base do alívio da dor proporcionado pela acupuntura. Diversas abordagens clínicas têm sido desenvolvidas com base nesse conceito. Por exemplo, estimuladores podem ser posicionados em áreas específicas da pele ou implantados na medula espinhal para atuar nas colunas sensoriais dorsais. Em alguns casos, eletrodos são colocados diretamente nos núcleos intralaminares do tálamo ou em áreas periventricular e periaquedutal do diencéfalo. Isso permite que o próprio paciente ajuste a intensidade da estimulação. Relatos mostram que, em certos casos, o alívio da dor pode durar até 24 horas após apenas alguns minutos de estímulo.

terça-feira, 19 de setembro de 2023

A Vascularização Cerebral e sua Relação com o Metabolismo e Doenças Vasculares

Introdução

O cérebro é um dos órgãos mais metabolicamente ativos do corpo, exigindo um suprimento constante de oxigênio e nutrientes. Para atender a essa demanda, a distribuição dos capilares sanguíneos varia conforme as necessidades energéticas das diferentes regiões cerebrais. Além disso, alterações na estrutura e na função do sistema vascular cerebral podem desencadear condições patológicas graves, como o acidente vascular cerebral (AVC).

Distribuição dos Capilares no Cérebro

A quantidade de capilares no cérebro é proporcional à sua atividade metabólica. A substância cinzenta, que abriga os corpos celulares dos neurônios, apresenta um metabolismo aproximadamente quatro vezes mais intenso do que a substância branca. Como consequência, essa região possui uma maior densidade de capilares e um fluxo sanguíneo mais intenso.

Uma característica distintiva da vascularização cerebral é a menor permeabilidade de seus capilares em relação aos de outros tecidos do corpo. Esse fator é resultado da presença dos “pés gliais”, prolongamentos das células gliais que envolvem os capilares e fornecem suporte estrutural. Essas células ajudam a regular o fluxo sanguíneo e impedem dilatações excessivas que poderiam ser causadas por aumentos súbitos na pressão arterial.

Efeitos da Hipertensão nas Estruturas Vasculares

Em indivíduos hipertensos, as arteríolas que levam sangue aos capilares cerebrais sofrem um espessamento das paredes, o que as mantém em estado de contração constante. Esse mecanismo ajuda a proteger os capilares de pressões elevadas, mas, quando falha, pode resultar na passagem excessiva de líquido para o tecido cerebral, causando edema cerebral. Essa condição pode evoluir rapidamente para complicações graves, como o coma e, em casos extremos, a morte.

O envelhecimento também influencia a circulação cerebral, uma vez que pequenas artérias podem sofrer obstruções ao longo do tempo. Estima-se que até 10% dos idosos apresentem bloqueios severos nessas artérias, o que pode comprometer a função cerebral e aumentar o risco de AVC.

Acidente Vascular Cerebral e Arteriosclerose

A principal causa dos AVCs é a formação de placas arterioscleróticas nas artérias cerebrais. Essas placas podem desencadear a coagulação do sangue, resultando na formação de coágulos que bloqueiam o fluxo sanguíneo para determinadas áreas do cérebro. Esse bloqueio leva a uma interrupção súbita do fornecimento de oxigênio e nutrientes, causando a perda da função neuronal na região afetada. Dependendo da extensão da lesão, os efeitos podem variar de déficits neurológicos leves a incapacidades permanentes.

Conclusão

A vascularização cerebral desempenha um papel essencial na manutenção da atividade neuronal e na proteção contra lesões isquêmicas. No entanto, fatores como hipertensão, envelhecimento e arteriosclerose podem comprometer a circulação sanguínea no cérebro, aumentando o risco de doenças vasculares graves, como o AVC. Compreender esses mecanismos é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento que minimizem os impactos dessas condições sobre a saúde cerebral.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Músculos Esqueléticos: Como Funcionam e Por Que São Essenciais para o Movimento

     O músculo esquelético é composto por diversas enzimas e uma grande quantidade de fibras musculares, que variam entre 10 e 80 micrômetros de diâmetro. Cada fibra muscular é constituída por subunidades menores e, na maioria dos casos, se estende ao longo de todo o músculo. Apenas cerca de 2% dessas fibras apresentam múltiplas terminações nervosas, sendo que a maioria é inervada por uma única terminação nervosa localizada no centro da fibra.


A membrana que reveste a fibra muscular esquelética é chamada de sarcolema, sendo formada por uma membrana celular (membrana plasmática) e uma fina camada externa composta por material polissacarídico com fibrilas colágenas delgadas. Essa estrutura tem papel fundamental na conexão entre o músculo e os tendões. Nas extremidades da fibra muscular, o sarcolema se une às fibras do tendão, que por sua vez formam feixes responsáveis pela fixação do músculo aos ossos.


      Composição das Miofibrilas e Contração Muscular

As miofibrilas, principais estruturas contráteis do músculo, são formadas por filamentos de actina e miosina. Cada fibra muscular pode conter centenas a milhares de miofibrilas, sendo que cada miofibrila possui aproximadamente 1.500 filamentos de miosina e 3.000 filamentos de actina. Esses filamentos proteicos são responsáveis pelo processo de contração muscular.

Os filamentos de miosina, mais espessos, e os de actina, mais finos, estão parcialmente interdigitados, o que cria um padrão alternado de faixas escuras e claras na miofibrila. As faixas claras, conhecidas como faixas I, contêm apenas filamentos de actina e são isotrópicas à luz polarizada. Já as faixas escuras, chamadas de faixas A, contêm filamentos de miosina e as extremidades dos filamentos de actina, sendo anisotrópicas à luz polarizada.

A contração muscular ocorre devido à interação entre os filamentos de actina e as pontes cruzadas de miosina, que se ligam e deslizam sobre a actina, encurtando a miofibrila e promovendo o movimento. Os filamentos de actina estão ancorados ao disco Z, uma estrutura proteica que delimita os sarcômeros.

Organização Estrutural e Função do Sarcômero

O sarcômero é a unidade funcional do músculo esquelético e corresponde ao segmento de uma miofibrila situado entre dois discos Z consecutivos. Durante a contração muscular, os filamentos de actina deslizam sobre os de miosina, reduzindo o comprimento do sarcômero para cerca de 2 micrômetros. Nesse ponto, os filamentos de actina se sobrepõem quase completamente aos de miosina, permitindo que o músculo gere sua força máxima de contração.

Além de conferir resistência e organização ao músculo, os discos Z conectam transversalmente as miofibrilas entre si, garantindo a característica estriada dos músculos esqueléticos e cardíacos. Essa estrutura permite uma contração eficiente e sincronizada, essencial para a realização de movimentos voluntários e força muscular.

Conclusão

O músculo esquelético possui uma estrutura altamente organizada, composta por fibras musculares, miofibrilas e sarcômeros, que desempenham um papel essencial na contração e movimentação do corpo. A interação entre os filamentos de actina e miosina, aliada à organização dos sarcômeros, permite que o músculo gere força e se adapte às demandas físicas do organismo. A compreensão desses processos é fundamental para estudos em fisiologia muscular e áreas relacionadas à saúde e ao desempenho físico.


segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Como os Músculos se Movem? O Segredo Está na Miosina e Actina!

    


    De acordo com o Tratado de Fisiologia Médica, os filamentos de miosina são essenciais para a contração muscular e são compostos por múltiplas moléculas de miosina. Cada uma dessas moléculas possui um peso molecular aproximado de 480.000 e se organiza estruturalmente para formar os filamentos espessos do sarcômero. A miosina é uma proteína motora que interage com a actina para gerar força e movimento muscular.

A molécula de miosina é composta por seis cadeias polipeptídicas: duas cadeias pesadas, cada uma com peso molecular em torno de 200.000, e quatro cadeias leves, com aproximadamente 20.000 cada. As cadeias pesadas se enrolam entre si, formando uma estrutura helicoidal chamada de cauda ou haste da molécula de miosina. Na extremidade de cada uma dessas cadeias, há uma região dobrada que origina uma estrutura globular conhecida como cabeça da miosina. Essas cabeças desempenham um papel crucial na contração muscular, pois interagem diretamente com os filamentos de actina.

Além disso, as quatro cadeias leves estão associadas às cabeças da miosina, sendo duas para cada cabeça. Essas cadeias leves auxiliam na regulação da função motora da miosina, influenciando a atividade da enzima ATPase presente nas cabeças globulares. Essa enzima é responsável por hidrolisar ATP, liberando energia química que impulsiona o deslizamento dos filamentos de actina sobre os filamentos de miosina, permitindo a contração muscular. A atividade da miosina ATPase pode ser modulada por fatores como íons cálcio e proteínas reguladoras, o que é fundamental para a coordenação do ciclo contrátil.

Os filamentos finos de actina são compostos por três proteínas principais: actina, tropomiosina e troponina. A estrutura fundamental do filamento de actina consiste em uma dupla hélice formada por cadeias de actina F, que se assemelha à organização helicoidal dos filamentos de miosina. Cada filamento de actina F é constituído por unidades globulares de actina G polimerizadas, com um peso molecular aproximado de 42.000.

Um aspecto importante da actina G é que cada uma de suas moléculas contém um local de ligação ao ADP, o qual atua como um dos principais sítios ativos para a interação com as cabeças de miosina. Esses locais ativos estão distribuídos alternadamente ao longo do filamento de actina, ocorrendo a cada 2,7 nanômetros. Quando a contração muscular é iniciada, as cabeças da miosina se ligam a esses sítios ativos da actina, formando pontes cruzadas que permitem o deslizamento dos filamentos finos sobre os filamentos espessos.


Cada filamento de actina tem um comprimento aproximado de 1 micrômetro e está fixado nos discos Z do sarcômero. A estrutura do sarcômero é organizada de forma que os filamentos de actina se projetem em direções opostas a partir dos discos Z e penetrem nos espaços entre os filamentos de miosina. Essa organização é essencial para a contração muscular, pois permite que os filamentos de actina e miosina se sobreponham e interajam adequadamente.

A regulação da contração muscular ocorre, em grande parte, devido à presença da tropomiosina e do complexo de troponina. Em repouso, a tropomiosina bloqueia os sítios ativos da actina, impedindo a interação com a miosina. No entanto, quando os níveis de cálcio aumentam dentro da fibra muscular, o íon se liga à troponina C, promovendo uma mudança conformacional que desloca a tropomiosina e expõe os locais de ligação da actina. Esse mecanismo é fundamental para o início do ciclo contrátil e está diretamente associado ao acoplamento excitação-contração, que envolve a liberação de cálcio pelo retículo sarcoplasmático.

Dessa forma, os filamentos de miosina e actina trabalham em conjunto para permitir a contração e relaxamento muscular, processos essenciais para funções como o movimento, a respiração e a circulação sanguínea. A interação entre essas proteínas segue um ciclo altamente coordenado, dependente de ATP e regulado por sinais celulares que determinam a ativação e o controle da contração muscular. 

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