sexta-feira, 17 de março de 2017

Características Estruturais e Funcionais da Região Torácica Vertebral


A região torácica da coluna vertebral é composta por 12 vértebras (T1 a T12) e tem como principal função oferecer suporte à caixa torácica e proteger os órgãos vitais, como coração e pulmões. Essa porção apresenta uma curvatura fisiológica em cifose e uma mobilidade reduzida quando comparada às regiões cervical e lombar, devido à rigidez conferida pelas conexões costovertebrais e pela presença do esterno.

Os discos intervertebrais nessa região representam aproximadamente um sexto da altura dos corpos vertebrais, o que contribui para a menor amplitude de movimento. Cada vértebra torácica possui facetas articulares nas faces laterais posteriores dos corpos vertebrais, chamadas de fóveas costais, que servem de ponto de articulação para as cabeças das costelas. Além disso, as facetas nas faces anteriores dos processos transversos permitem a articulação com os tubérculos costais, formando as articulações costotransversárias.

As superfícies articulares torácicas são tipicamente planas ou levemente côncavas. As facetas superiores se orientam posteriormente e ligeiramente lateralmente, enquanto as inferiores se voltam anteriormente e medialmente, configuração que facilita principalmente os movimentos de rotação e, em menor grau, os de flexão, extensão e inclinação lateral.

Os processos espinhosos das vértebras torácicas são longos, finos e inclinados inferiormente, o que dificulta a hiperextensão da coluna nessa região. T11 e T12 são exceções, pois seus processos espinhosos se assemelham mais aos da região lombar, mais curtos e menos inclinados. Já os processos transversos variam em comprimento, sendo mais longos nas vértebras superiores e se tornando mais curtos à medida que se aproxima da região lombar.

A maior peculiaridade dessa região é a formação da caixa torácica, composta pelas vértebras torácicas, costelas e esterno. Essa estrutura protege os órgãos torácicos e participa ativamente da respiração. As costelas, ao se articularem com a coluna, realizam movimentos semelhantes ao de uma alça de balde ou de uma bomba d’água — elevando-se durante a inspiração e abaixando-se na expiração —, o que altera o volume do tórax e facilita a entrada e saída de ar nos pulmões.

Os movimentos das costelas estão intimamente ligados aos da coluna torácica. Durante a flexão da coluna, as costelas se aproximam anteriormente, enquanto na extensão, afastam-se. Na inclinação lateral, o lado convexo experimenta aumento dos espaços intercostais, ao passo que no lado côncavo esses espaços se reduzem. Em movimentos de rotação, a costela do lado da rotação recua, e a do lado oposto avança, acompanhando o giro do tronco.

Além disso, a região torácica também tem importante papel na estabilização postural e na dissipação de forças transmitidas entre a coluna cervical e a lombar. Patologias que afetam essa região, como a hipercifose torácica, podem comprometer a mecânica respiratória e a mobilidade funcional do tronco.

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