quarta-feira, 20 de julho de 2022

Dermátomos e a vascularização da coluna lombar

 O dermátomo é a área da pele inervada por uma única raiz nervosa dorsal, sendo nomeado de acordo com a raiz que o supre. Existe uma sobreposição significativa entre dermátomos adjacentes, tornando seus limites imprecisos. Na região lombar, a inervação abrange a parte inferior do abdômen, os órgãos sexuais e os membros inferiores. O conhecimento dos dermátomos é essencial na avaliação clínica, pois permite identificar lesões neurológicas e orientar condutas terapêuticas, incluindo estratégias da fisioterapia.

A vascularização da coluna vertebral não segue um padrão completamente regular, embora haja certa uniformidade no suprimento sanguíneo entre a segunda vértebra torácica e a quinta vértebra lombar. Esse suprimento ocorre por meio de uma artéria segmentar originada da aorta. Cada vértebra recebe nutrientes por meio dos ramos central anterior, central posterior, pré-laminar e pós-laminar. Os ramos centrais provêm de vasos externos à coluna vertebral, enquanto os ramos laminares derivam dos ramos espinhais que penetram pelo forame intervertebral, sendo responsáveis pela maior parte da nutrição do corpo vertebral e do arco vertebral na região médio-vertebral.

Na fisioterapia, o estudo dos dermátomos e da vascularização da coluna é fundamental para a reabilitação de pacientes com disfunções neuromusculares e ortopédicas. Técnicas como mobilização neural, eletroterapia e terapia manual podem ser aplicadas para reduzir dores neuropáticas e melhorar a função motora. Além disso, exercícios terapêuticos são indicados para restaurar a mobilidade e prevenir complicações associadas a lesões na coluna. A abordagem fisioterapêutica busca não apenas tratar os sintomas, mas também melhorar a qualidade de vida e a funcionalidade dos pacientes.

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Onde se localiza o plexo lombossacral

 O plexo lombar fica localizado no interior do musculo psoas, é a porção superior do plexo lombassacral,  É geralmente formado pelas divisões anteriores dos três primeiros nervos lombares e parte do quarto e em  50% dos casos ele recebe uma contribuição do ultimo nervo torácico.

  Os nervos L1,L2 e L4 dividem-se em superior e inferior e o ramo superior de L1 forma-se os nervos ilio-hipogastrico e ilioinguinal. O ramo inferior de L1 une-se ao ramo superior de L2 para formar o nervo gênito-femoral, o ramo inferior de L4 une-se a L5 para formar o tronco lombossacral. O ramo inferior de L2, todos de L3 e o ramo superior de L4 dividem-se, cada um deles, em divisão anterior, menor, e divisão posterior . As três divisões anterior unem-se para formar o nervo obturatório, e as três divisões posteriores unem-se para formar o nervo femoral, e as duas superior fornecem ramos que formam o nervo cutâneo lateral da coxa e os ramos motores colaterais  inervam o músculo quadrado lombar a partir de L1 e L4, e o músculo psoas a partir de L2 e L3 eu sei que fico  meio confuso mais logo a baixo terá uma imagem ilustrativa  para que vocês possam compreender melhor.

O nervo femoral é o maior ramo do plexo lombar , origina-se das três divisões posteriores do plexo , que são derivadas do segundo, terceiro e quarto nervo lombares . OS ramos motores que inervam os músculos sartório, pectíneo e quadríceps femoral, os ramos sensitivos  compreendem os ramos cutâneos anteriores da coxa para a superfície Anteromedial de coxa e o nervo safeno para o lado medial da perna e pé 
Os nervos sacrais são cinco pares de nervos espinhais derivados de segmentos da medula espinhal, localizados em posição oposta aos corpos da décima segunda vertebra torácica e  primeira lombar, As quatro divisões primarias, posteriores e superiores passam através dos forames sacrais posteriores, com a quinta divisão emergindo entre o sacro e o cóccix . As três superiores dividem-se em dois conjuntos de ramos: ramos mediais , que são distribuídos para os músculos  multifidos, e ramos laterais, que se tornam nervos glúteos mediais e inervam a pele da parte medial do glúteo máximo.
   A porção sacral do plexo lombossacral  localiza-se fazendo face ao músculo piriforme sobre a parede  posterior da pelve, em frente a ele estão o colo pélvico, os vasos hipogástricos e o ureter, geralmente  origina-se por meio de cinco raízes do plexo, formadas pelas divisões  primárias anteriores do quinto  nervo e arte  do quarto nervo lombar ( tronco lombossacral) e o  primeiro, juntamente com parte segundo e terceiro nervo sacral , um ramo terminal principal, que é o  nervo isquiático, e vários ramos colaterais são formados pelo plexo.
   Cada uma das cinco raízes do plexo divide-se em uma divisão anterior e posterior, as quatro divisões superiores posteriores juntam-se para formar o nervo fibular comum as cinco divisões anteriores ( L4, L5, S1, S2, S3) reúnem-se para formar o nervo tibial
   O nervo glúteo superior passa acima do músculo piriforme, através do forame isquiático maior em  direção as nádegas, onde  inerva os músculos, glúteo médio e mínimo e o músculo tensor da fáscia lata. O nervo glúteo medial inferior passa abaixo do músculo piriforme, através do forame isquiático maior, em direção ao músculo piriforme e deixa fibras de S1 e S2; O nervo glúteo medial inferior  atravessa o ligamento sacrotuberal e se distribui para a região glútea medial inferior , o nervo cutâneo posterior da coxa  possui ramos perineais que se dirigem para a pele da superfície medial superior da coxa e para a pele do escroto ou lábio maior , já os nervos glúteo inferiores estendem-se para a  região lateral inferior, e os ramos cutâneos da coxa , para a porção posterior da coxa em direção ao lado medial. 
  O nervo isquiático é o maior nervo do corpo, ele consiste em dois nervos reunidos por uma mesma bainha : o nervo fibular comum , que inerva a pele da superfície dorsal inferior da perna, o maléolo externo e o lado lateral do pé e o quinto dedo e o nervo tibial, maior componente do nervo isquiático na coxa, que inerva os músculos gastrocnêmico, plantar, sólio, poplíteo, tibial posterior, flexor longo dos dedos do pé e flexor longo do hálux, porem o nervo isquiático é sede frequente de lesões que implicam em lombalgias, logo á baixo terá uma imagem ilustrativa para que você veja os músculos que são inervados pelo plexo sacral.


domingo, 22 de maio de 2022

Como o Sangue Retorna ao Coração: A Importância do Sistema Venoso e Linfático das Pernas


Introdução

O sistema circulatório do membro inferior é fundamental para o retorno venoso e a drenagem linfática, prevenindo edemas, varizes e outras disfunções vasculares. Problemas como insuficiência venosa crônica, linfedema e trombose venosa profunda podem comprometer a circulação e a qualidade de vida. A fisioterapia vascular desempenha um papel essencial na reabilitação, promovendo a melhora da circulação e da drenagem linfática.

Sistema Venoso do Membro Inferior

A drenagem venosa do membro inferior divide-se em dois sistemas: profundo e superficial, conectados por veias perfurantes que regulam o fluxo sanguíneo.


Sistema Venoso Profundo

O sistema profundo inicia-se no pé, onde as veias tibiais anteriores e posteriores convergem para formar a veia poplítea, localizada atrás do joelho. Essa veia continua como veia femoral, que recebe a veia femoral profunda antes de tornar-se veia ilíaca externa ao passar pelo canal inguinal.

As veias profundas possuem válvulas que impedem o refluxo do sangue, favorecendo sua ascensão. O retorno venoso é impulsionado pela contração muscular e pelo gradiente pressórico dentro das veias.

Sistema Venoso Superficial

As principais veias superficiais são:

Veia safena magna: Origina-se no arco venoso dorsal do pé e percorre medialmente a perna e a coxa, drenando na veia femoral.

Veia safena parva: Surge na lateral do arco venoso dorsal e ascende posteriormente, drenando na veia poplítea.


Essas veias desempenham um papel importante na drenagem, mas são mais propensas a desenvolver varizes devido à sobrecarga venosa.

Drenagem Linfática do Membro Inferior

O sistema linfático auxilia na remoção de fluidos intersticiais e no transporte de proteínas e células imunológicas. Seus principais linfonodos são:

Linfonodos poplíteos: Situados na fossa poplítea, drenam a linfa da perna e do pé.

Linfonodos inguinais: Localizados na virilha, recebem linfa da coxa, perna e órgãos genitais externos.


Quando há falha no sistema linfático, pode ocorrer linfedema, caracterizado por inchaço persistente nos membros inferiores.

Principais Disfunções e Tratamento Fisioterapêutico

A fisioterapia vascular atua na recuperação da circulação, prevenindo complicações como trombose venosa profunda (TVP), insuficiência venosa crônica (IVC) e linfedema.

1. Insuficiência Venosa Crônica (IVC) e Varizes

A IVC ocorre quando as válvulas venosas não funcionam adequadamente, resultando em acúmulo de sangue nas pernas. Isso pode levar ao desenvolvimento de varizes, edema e sensação de peso.

Tratamento Fisioterapêutico:

Exercícios terapêuticos: Movimentos que ativam a musculatura da panturrilha e melhoram o retorno venoso, como flexão e extensão dos tornozelos e caminhadas.

Drenagem linfática manual (DLM): Técnica que estimula a circulação linfática, reduzindo o inchaço.

Uso de meias de compressão: Melhora a circulação e reduz a estase venosa.

Eletroestimulação neuromuscular: Aplicação de correntes elétricas para ativar a bomba muscular da panturrilha.


2. Trombose Venosa Profunda (TVP)

A TVP ocorre quando um coágulo sanguíneo se forma dentro de uma veia profunda, podendo levar a complicações como embolia pulmonar.

Tratamento Fisioterapêutico:

Mobilização precoce: Evitar longos períodos de imobilização para reduzir o risco de trombose.

Exercícios de contração muscular: Ativar a circulação e prevenir a formação de coágulos.

Massoterapia específica: Auxiliar na redução do edema e melhora da circulação.


3. Linfedema

O linfedema é caracterizado pelo acúmulo de linfa nos tecidos, levando a inchaço e sensação de peso nas pernas.

Tratamento Fisioterapêutico:

Drenagem linfática manual (DLM): Técnica essencial para remover o excesso de líquido acumulado.

Terapia compressiva: Uso de bandagens e meias compressivas para evitar o agravamento do edema.

Exercícios linfomiocinéticos: Movimentos específicos que estimulam o fluxo linfático.

Cuidados com a pele: Evitar infecções, como erisipela, que podem agravar o linfedema.


Conclusão

A circulação venosa e linfática dos membros inferiores desempenha um papel vital na saúde vascular. A fisioterapia oferece abordagens eficazes para melhorar a circulação, reduzir edemas e prevenir complicações como varizes, trombose e linfedema. O tratamento inclui exercícios terapêuticos, drenagem linfática manual, terapia compressiva e técnicas de mobilização, promovendo melhor qualidade de vida para os pacientes.

domingo, 8 de maio de 2022

Movimentos Essenciais da Fisioterapia: Guia Completo de Cinesiologia

Os movimentos básicos analisados na cinesiologia incluem flexão, extensão, abdução, adução e circundução. Vamos explorar cada um deles seguindo a ordem correta.

Flexão

A flexão é um movimento que ocorre no plano sagital, aproximando dois segmentos do corpo, ou seja, o segmento distal se move em direção ao segmento proximal.


Extensão

Assim como a flexão, a extensão também acontece no plano sagital. No entanto, nesse caso, os segmentos proximal e distal se afastam um do outro.

Abdução

A abdução acontece no plano frontal e consiste no movimento de um segmento corporal para longe da linha média do corpo.

Adução

O movimento de adução também ocorre no plano frontal e se refere ao retorno do segmento corporal da posição de abdução para a posição anatômica. Em alguns casos, o movimento pode ultrapassar a linha média do corpo, caracterizando a adução além da linha média.

Circundução

A circundução é um movimento circular que combina flexão, extensão, abdução e adução, fazendo com que o membro descreva um cone no espaço.

Abdução Horizontal

Acontece no plano horizontal, afastando o segmento corporal da linha média do corpo.

Adução Horizontal

Também no plano horizontal, a adução horizontal é o movimento que aproxima o segmento corporal da linha média.

> Para facilitar a compreensão, podemos dizer que a abdução equivale ao ato de abrir, enquanto a adução pode ser entendida como o movimento de fechar.



Rotação Externa

Ocorre no plano horizontal, onde a face anterior do segmento corporal se move em direção ao plano lateral do corpo.

Rotação Interna

Também no plano horizontal, a rotação interna ocorre quando a face anterior do segmento se direciona para o plano mediano do corpo.

Esses são os conceitos fundamentais da cinesiologia. À medida que avançarmos, abordaremos estruturas específicas, como a cintura escapular e a articulação do ombro.



 

domingo, 27 de março de 2022

O que é sarcopenia

Sarcopenia, do grego "perda de carne", refere-se à redução da massa muscular no corpo, um processo natural que ocorre com o envelhecimento e que impacta a qualidade de vida dos idosos.

Esta condição é marcada pela perda de massa e funcionalidade muscular, estando associada a várias disfunções e doenças sistêmicas em idosos. Além disso, a sarcopenia é um dos critérios usados para identificar a síndrome de fragilidade, comum em pessoas idosas, que aumenta o risco de quedas, fraturas, incapacidade, dependência, hospitalização recorrente e mortalidade.


Pesquisas recentes indicam que a sarcopenia está relacionada a um aumento na produção de espécies reativas de oxigênio (ERO), que podem causar a denervação e atrofia das fibras musculares, resultando em perda de força muscular. O envelhecimento é um processo dinâmico, com mudanças morfológicas e fisiológicas que começam ainda na segunda década de vida. Essas alterações se tornam mais perceptíveis na terceira década, afetando a capacidade fisiológica e a resposta ao estresse ambiental, aumentando a vulnerabilidade a doenças.

A sarcopenia está ligada a vários problemas graves, tais como:

- Perda de equilíbrio e dificuldades para caminhar, aumentando o risco de quedas e fraturas.
- Redução da independência nas atividades diárias.
- Maior risco de doenças crônicas, como diabetes e osteoporose.
- Limitações na realização de tarefas cotidianas e mobilidade reduzida.
- Piora na qualidade de vida e no humor dos idosos.
- Diminuição da expectativa de vida.

Existem várias estratégias que podem ajudar a retardar a sarcopenia e a manter a massa muscular e a força ao longo do tempo:

1. Atividade Física Regular: Exercícios de resistência, como musculação, são especialmente eficazes para aumentar e manter a massa muscular. Atividades aeróbicas, como caminhada e natação, também são benéficas para a saúde geral.
2. Alimentação Adequada: Consumir uma dieta rica em proteínas é crucial para a manutenção da massa muscular. Alimentos como carnes magras, peixes, ovos, leguminosas (feijão, lentilha, soja) e produtos lácteos são ótimas fontes de proteínas.
3. Suplementação: Em alguns casos, suplementos de proteínas ou aminoácidos podem ser recomendados, especialmente para idosos que têm dificuldade em obter proteínas suficientes através da alimentação.
4. Hidratação: Manter-se bem hidratado é essencial para a saúde muscular e geral.
5. Evitar o Sedentarismo: Manter-se ativo e evitar longos períodos de inatividade é fundamental para prevenir a perda muscular.

6. Controle de Doenças Crônicas: Gerenciar doenças crônicas como diabetes e doenças cardíacas pode ajudar a retardar a progressão da sarcopenia.
7. Hormônios: O envelhecimento natural leva a uma diminuição nos níveis de hormônios anabólicos, como a testosterona e o hormônio do crescimento, que são importantes para a manutenção muscular. Embora a suplementação hormonal não seja comum, é algo que pode ser discutido com um médico.
8. Qualidade de Sono: Um bom sono é essencial para a recuperação muscular e a saúde geral.

Esse processo é comum em adultos a partir dos trinta anos, quando há uma perda gradual de massa e força muscular.

domingo, 20 de março de 2022

Órteses Rígidas para Tornozelo: Como Funcionam e Quem Deve Usar?

As órteses rígidas para tornozelo são indicadas para pacientes que apresentam dificuldades no controle do membro inferior e da pelve, auxiliando na estabilidade durante a locomoção e na manutenção da postura em pé. Essas órteses são recomendadas em casos de artrodese tibiotársica, pois substituem a mobilidade perdida da articulação e garantem um alinhamento adequado do membro inferior. Também são úteis para pacientes com lesão medular acima de T12, pois oferecem suporte estrutural, favorecendo o equilíbrio e a distribuição da carga corporal.



Além disso, indivíduos com doenças neuromusculares progressivas, como distrofias musculares, podem se beneficiar dessas órteses, já que a fraqueza muscular pode comprometer a estabilidade e eficiência da marcha. Em crianças com paralisia cerebral, o uso da órtese rígida pode ajudar a prevenir contraturas e deformidades, garantindo um alinhamento biomecânico adequado durante o desenvolvimento motor.


Influência das Órteses Rígidas na Biomecânica da Marcha


O uso de órteses rígidas impacta diretamente a biomecânica da marcha, especialmente em pacientes com pé caído. Essa condição, geralmente causada por fraqueza nos músculos dorsiflexores, pode levar a tropeços frequentes e maior risco de quedas. A órtese mantém o pé em uma posição neutra, facilitando o contato inicial com o solo e promovendo um padrão de marcha mais eficiente e seguro.


Além disso, as órteses rígidas ajudam a alongar o músculo sóleo e gastrocnêmio, que frequentemente sofrem encurtamento devido à posição inadequada do pé. Por outro lado, músculos como o tibial anterior, o extensor longo do hálux e o extensor longo dos dedos permanecem alongados, o que pode afetar sua ativação e limitar certos movimentos, como a eversão e a inversão do pé.


Em crianças que utilizam órteses rígidas para os membros inferiores, podem ocorrer alterações na marcha. A restrição da mobilidade articular pode comprometer a fase de balanço, resultando em uma transição mais abrupta para a fase de apoio. Esse fator pode impactar a extensão do joelho e a estabilidade pélvica, exigindo adaptações na locomoção.


O Papel da Fisioterapia na Adaptação às Órteses Rígidas


A fisioterapia desempenha um papel essencial na adaptação ao uso de órteses rígidas, contribuindo para a melhoria do controle motor, da mobilidade e da funcionalidade do paciente. Entre os principais benefícios da fisioterapia nesse contexto, destacam-se:


Reeducação postural e da marcha: Técnicas específicas ajudam o paciente a se adaptar à nova biomecânica imposta pela órtese, promovendo uma marcha mais eficiente e reduzindo compensações inadequadas.


Prevenção de encurtamentos musculares: Exercícios de alongamento auxiliam na manutenção da flexibilidade muscular, prevenindo rigidez e contraturas decorrentes do uso prolongado da órtese.


Fortalecimento muscular: Programas de fortalecimento específicos ajudam a compensar a perda de ativação de determinados músculos, melhorando a estabilidade do membro inferior e da pelve.


Treinamento de equilíbrio e propriocepção: Exercícios proprioceptivos auxiliam no desenvolvimento do controle corporal, reduzindo o risco de quedas e melhorando a independência funcional do paciente.


Melhoria da funcionalidade global: Além da marcha, a fisioterapia contribui para uma melhor qualidade de vida, permitindo que o paciente realize suas atividades diárias com mais segurança e conforto.



Considerações Finais


O uso de órteses rígidas é uma estratégia fundamental para melhorar a funcionalidade de pacientes com comprometimentos neuromusculares e ortopédicos. No entanto, sua prescrição deve ser individualizada, considerando as necessidades específicas de cada paciente. O acompanhamento fisioterapêutico é essencial para otimizar os benefícios da órtese, prevenindo complicações musculoesqueléticas e promovendo uma melhor adaptação ao dispositivo.


Referências:


Carvalho, J. Órteses: um recurso terapêutico complementar – 2ª ed., Cap. 4.


Oatis, C. Cinesiologia: A Mecânica e a Patomecânica do Movimento Humano, p. 875.


Vasconcelos, G. Órtese e Prótese, p. 138.


sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Queimaduras: Classificação e Tratamento


As queimaduras são lesões traumáticas na pele e tecidos subjacentes causadas por agentes térmicos, químicos, elétricos ou por radiação. Além das lesões locais, queimaduras extensas podem desencadear complicações sistêmicas graves, afetando a respiração, circulação, metabolismo e função renal.

Nas últimas duas décadas, os avanços na terapia antimicrobiana, nas técnicas cirúrgicas e na qualificação das equipes multidisciplinares contribuíram significativamente para o aumento da taxa de sobrevivência dos pacientes queimados. Além disso, o desenvolvimento de abordagens fisioterapêuticas especializadas tem sido essencial para minimizar sequelas funcionais e estéticas, promovendo uma melhor qualidade de vida.


Classificação das Queimaduras

As queimaduras podem ser classificadas com base em diferentes critérios, incluindo agente causal, profundidade da lesão, extensão da área atingida, gravidade e processo de cicatrização.

1. Classificação pelo Agente Causal

Os principais agentes causadores de queimaduras incluem:

Térmicos: Exposição direta ao calor, como chamas, líquidos quentes, vapor, superfícies quentes e objetos incandescentes.

Químicos: Contato com substâncias corrosivas, como ácidos e bases fortes. Essas queimaduras podem continuar a se aprofundar enquanto a substância permanecer em contato com a pele.

Elétricos: Descargas elétricas de baixa ou alta voltagem, que podem causar necrose tecidual profunda, lesões internas e arritmias cardíacas.

Radiação: Exposição excessiva à radiação ionizante (como raios-X) ou não ionizante (como queimaduras solares intensas).



2. Classificação pela Profundidade da Lesão

A profundidade da queimadura depende da intensidade da exposição e do tempo de contato com o agente agressor.

Queimaduras de Primeiro Grau:

Atingem apenas a epiderme (camada mais superficial da pele).

Caracterizam-se por vermelhidão (eritema), dor e sensibilidade aumentada.

Exemplos: queimadura solar leve.


Queimaduras de Segundo Grau:

Atingem a epiderme e parte da derme.

Podem ser classificadas em:

Superficiais: Apresentam bolhas (flictenas), dor intensa e aspecto avermelhado.

Profundas: Atingem camadas mais profundas da derme, podendo reduzir a sensibilidade e apresentar uma coloração pálida ou avermelhada.



Queimaduras de Terceiro Grau:

Afetam todas as camadas da pele, incluindo músculos, tendões e até ossos.

A pele pode apresentar-se esbranquiçada, acinzentada ou carbonizada.

Geralmente, são indolores devido à destruição das terminações nervosas.




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3. Avaliação da Extensão da Queimadura

A gravidade da queimadura depende não apenas da profundidade da lesão, mas também da sua extensão. Existem métodos padronizados para calcular a área total queimada:

Regra dos Nove: Divide o corpo humano em regiões anatômicas, cada uma correspondendo a 9% da superfície corporal total (exceto o períneo, que corresponde a 1%). É útil para estimar rapidamente a área queimada em adultos.

Método de Lund e Browder: Considerado mais preciso, pois leva em conta a idade do paciente e atribui percentuais específicos para cada região do corpo, permitindo uma avaliação mais detalhada da superfície corporal queimada (SCQ).



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4. Classificação pela Gravidade

A gravidade da queimadura é avaliada com base na profundidade da lesão, extensão da área atingida e presença de complicações sistêmicas. Pode ser classificada em:

Leve: Queimaduras de primeiro grau ou de segundo grau com menos de 10% da superfície corporal comprometida.

Moderada: Queimaduras de segundo grau entre 10% e 20% da superfície corporal ou queimaduras de terceiro grau menores que 10%.

Grave: Queimaduras de segundo grau que afetam mais de 20% do corpo, queimaduras de terceiro grau acima de 10% ou queimaduras elétricas e químicas extensas.



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5. Processo de Cicatrização

A recuperação das queimaduras ocorre em fases:

Primeiro grau: A pele se regenera rapidamente, sem deixar cicatrizes.

Segundo grau: Se superficial, a pele regenera sem grandes alterações. Se profunda, pode resultar em cicatrizes hipertróficas.

Terceiro grau: Há formação de tecido cicatricial, podendo causar sequelas estéticas e funcionais.



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Complicações das Queimaduras

Queimaduras extensas podem causar diversas complicações, incluindo:

1. Complicações Respiratórias

Queimaduras na região do rosto, nariz e boca podem levar à inalação de fumaça e lesão das vias aéreas, resultando em insuficiência respiratória. A gravidade da lesão pulmonar está diretamente relacionada à idade do paciente e à porcentagem da área queimada.

2. Complicações Renais e Urinárias

Pacientes com queimaduras em 70% a 90% da superfície corporal correm risco de insuficiência renal devido à hipovolemia (diminuição do volume sanguíneo) e liberação de mioglobina no sangue.

3. Complicações Infecciosas

A pele é a principal barreira contra infecções, e sua destruição facilita a entrada de microrganismos, aumentando o risco de sepse.



Tratamento das Queimaduras

O tratamento depende da gravidade da lesão e pode incluir:

Cuidados iniciais: Resfriamento da área queimada (com água corrente por até 20 minutos), cobertura com curativos limpos e controle da dor.

Reposição volêmica: Em queimaduras extensas, é essencial a administração de fluidos intravenosos para evitar choque hipovolêmico.

Tratamento cirúrgico: Em casos de queimaduras profundas, pode ser necessária a remoção do tecido necrótico e enxertos de pele.

Uso de antibióticos: Indicado para prevenir infecções secundárias.

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