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sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Queimaduras: Classificação e Tratamento


As queimaduras são lesões traumáticas na pele e tecidos subjacentes causadas por agentes térmicos, químicos, elétricos ou por radiação. Além das lesões locais, queimaduras extensas podem desencadear complicações sistêmicas graves, afetando a respiração, circulação, metabolismo e função renal.

Nas últimas duas décadas, os avanços na terapia antimicrobiana, nas técnicas cirúrgicas e na qualificação das equipes multidisciplinares contribuíram significativamente para o aumento da taxa de sobrevivência dos pacientes queimados. Além disso, o desenvolvimento de abordagens fisioterapêuticas especializadas tem sido essencial para minimizar sequelas funcionais e estéticas, promovendo uma melhor qualidade de vida.


Classificação das Queimaduras

As queimaduras podem ser classificadas com base em diferentes critérios, incluindo agente causal, profundidade da lesão, extensão da área atingida, gravidade e processo de cicatrização.

1. Classificação pelo Agente Causal

Os principais agentes causadores de queimaduras incluem:

Térmicos: Exposição direta ao calor, como chamas, líquidos quentes, vapor, superfícies quentes e objetos incandescentes.

Químicos: Contato com substâncias corrosivas, como ácidos e bases fortes. Essas queimaduras podem continuar a se aprofundar enquanto a substância permanecer em contato com a pele.

Elétricos: Descargas elétricas de baixa ou alta voltagem, que podem causar necrose tecidual profunda, lesões internas e arritmias cardíacas.

Radiação: Exposição excessiva à radiação ionizante (como raios-X) ou não ionizante (como queimaduras solares intensas).



2. Classificação pela Profundidade da Lesão

A profundidade da queimadura depende da intensidade da exposição e do tempo de contato com o agente agressor.

Queimaduras de Primeiro Grau:

Atingem apenas a epiderme (camada mais superficial da pele).

Caracterizam-se por vermelhidão (eritema), dor e sensibilidade aumentada.

Exemplos: queimadura solar leve.


Queimaduras de Segundo Grau:

Atingem a epiderme e parte da derme.

Podem ser classificadas em:

Superficiais: Apresentam bolhas (flictenas), dor intensa e aspecto avermelhado.

Profundas: Atingem camadas mais profundas da derme, podendo reduzir a sensibilidade e apresentar uma coloração pálida ou avermelhada.



Queimaduras de Terceiro Grau:

Afetam todas as camadas da pele, incluindo músculos, tendões e até ossos.

A pele pode apresentar-se esbranquiçada, acinzentada ou carbonizada.

Geralmente, são indolores devido à destruição das terminações nervosas.




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3. Avaliação da Extensão da Queimadura

A gravidade da queimadura depende não apenas da profundidade da lesão, mas também da sua extensão. Existem métodos padronizados para calcular a área total queimada:

Regra dos Nove: Divide o corpo humano em regiões anatômicas, cada uma correspondendo a 9% da superfície corporal total (exceto o períneo, que corresponde a 1%). É útil para estimar rapidamente a área queimada em adultos.

Método de Lund e Browder: Considerado mais preciso, pois leva em conta a idade do paciente e atribui percentuais específicos para cada região do corpo, permitindo uma avaliação mais detalhada da superfície corporal queimada (SCQ).



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4. Classificação pela Gravidade

A gravidade da queimadura é avaliada com base na profundidade da lesão, extensão da área atingida e presença de complicações sistêmicas. Pode ser classificada em:

Leve: Queimaduras de primeiro grau ou de segundo grau com menos de 10% da superfície corporal comprometida.

Moderada: Queimaduras de segundo grau entre 10% e 20% da superfície corporal ou queimaduras de terceiro grau menores que 10%.

Grave: Queimaduras de segundo grau que afetam mais de 20% do corpo, queimaduras de terceiro grau acima de 10% ou queimaduras elétricas e químicas extensas.



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5. Processo de Cicatrização

A recuperação das queimaduras ocorre em fases:

Primeiro grau: A pele se regenera rapidamente, sem deixar cicatrizes.

Segundo grau: Se superficial, a pele regenera sem grandes alterações. Se profunda, pode resultar em cicatrizes hipertróficas.

Terceiro grau: Há formação de tecido cicatricial, podendo causar sequelas estéticas e funcionais.



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Complicações das Queimaduras

Queimaduras extensas podem causar diversas complicações, incluindo:

1. Complicações Respiratórias

Queimaduras na região do rosto, nariz e boca podem levar à inalação de fumaça e lesão das vias aéreas, resultando em insuficiência respiratória. A gravidade da lesão pulmonar está diretamente relacionada à idade do paciente e à porcentagem da área queimada.

2. Complicações Renais e Urinárias

Pacientes com queimaduras em 70% a 90% da superfície corporal correm risco de insuficiência renal devido à hipovolemia (diminuição do volume sanguíneo) e liberação de mioglobina no sangue.

3. Complicações Infecciosas

A pele é a principal barreira contra infecções, e sua destruição facilita a entrada de microrganismos, aumentando o risco de sepse.



Tratamento das Queimaduras

O tratamento depende da gravidade da lesão e pode incluir:

Cuidados iniciais: Resfriamento da área queimada (com água corrente por até 20 minutos), cobertura com curativos limpos e controle da dor.

Reposição volêmica: Em queimaduras extensas, é essencial a administração de fluidos intravenosos para evitar choque hipovolêmico.

Tratamento cirúrgico: Em casos de queimaduras profundas, pode ser necessária a remoção do tecido necrótico e enxertos de pele.

Uso de antibióticos: Indicado para prevenir infecções secundárias.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Dores nas Costas: Causas, Identificação e Cuidados

As dores nas costas são um problema comum e  ter diversas causas, como fatores musculares, deslizamento do líquido intervertebral, problemas posturais devido ao excesso de carga, inflamações e até infecções. Identificar corretamente o tipo de dor é essencial para adotar o tratamento adequado e evitar complicações.


Principais Tipos de Dor nas Costas e Como Identificá-los

1. Dor Muscular

A dor muscular geralmente ocorre devido à tensão excessiva, má postura, sobrecarga ou esforço repetitivo. Suas principais características incluem:
✔ Sensação de queimação na região afetada.
✔ Leve aquecimento no local ao toque.
✔ Inchaço perceptível ao pressionar a área com as mãos ou os polegares.
✔ Sensação de repuxo no músculo, que pode irradiar para outras regiões.
✔ Melhora com repouso e piora ao movimentar o músculo afetado.

2. Dor Ligamentar

A dor ligamentar está relacionada a lesões ou distensões nos ligamentos, estruturas que conectam os ossos e proporcionam estabilidade. Pode ocorrer devido a movimentos bruscos, torções ou sobrecarga. Os sintomas incluem:
✔ Dor ao final de um movimento, especialmente em atividades físicas.
✔ Desconforto após longos períodos na mesma posição.
✔ Sensação de instabilidade na região afetada.
✔ Pode vir acompanhada de inchaço e limitação de movimento.

3. Dor na Parte Superior da Coluna (Tendinosa)

Essa dor pode ser causada por inflamação nos tendões que conectam os músculos das costas aos ombros, como os do manguito rotador. Normalmente, ocorre devido a esforços repetitivos, má postura ou sobrecarga nos ombros. Os sintomas incluem:
✔ Dor ao realizar movimentos repetitivos, como levantar objetos.
✔ Rigidez na região dos ombros e parte superior das costas.
✔ Dificuldade em levantar os braços acima da cabeça.

Sinais de Alerta: Quando Procurar um Médico?

Além das dores musculares e ligamentares, algumas condições podem indicar problemas mais graves, como inflamações ou infecções. Fique atento aos seguintes sinais:

✔ Inflamação: Se houver dor intensa, calor excessivo e alteração da coloração da pele (vermelho, roxo ou amarelo), pode haver um edema (acúmulo de líquido na região).

✔ Infecção: Quando a dor é acompanhada de febre, inchaço intenso e presença de pus, pode haver uma infecção na área. Nesse caso, procure um médico imediatamente.

✔ Dor crônica ou persistente: Se a dor durar mais de seis semanas sem melhora ou vier acompanhada de formigamento, perda de força ou dificuldade para caminhar, pode ser um sinal de problema mais sério, como hérnia de disco ou compressão nervosa.

Cuidados e Prevenção

Para evitar ou aliviar dores nas costas, algumas medidas podem ser adotadas:

✔ Mantenha uma boa postura ao sentar, caminhar e carregar objetos.
✔ Evite levantar pesos de forma incorreta, dobrando os joelhos ao invés de curvar a coluna.
✔ Pratique exercícios físicos regularmente, fortalecendo a musculatura das costas e do abdômen.
✔ Alongue-se diariamente para manter a flexibilidade muscular.
✔ Evite ficar muito tempo na mesma posição, seja sentado ou em pé.
✔ Aplique compressas quentes ou frias conforme a necessidade para aliviar a dor e a inflamação.
✔ Busque orientação médica ou fisioterapêutica em caso de dores persistentes.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

nervos e ramos espinhais

Os nervos espinhais tem sua origem na medula espinhal e saem do canal vertebral pelos foramesm intervertebral , o nervo se bifurca formando um ramo vertebral motor e um ramo dorsal sensitivo .
  Os ramos ventrais dos nervos espinhais são mais calibrosos e longos , formam plexos ( cervical e braquial , lombar , sacral e coccigeo); ramos médiais inervam os músculos multifidos da espinha ( os três inferiores enviam também pequenos ramos sensitivos para pele e região sacral; já os ramos laterais os três superiores fornecem ramos ramos para os músculos sacroespinhais adjacentes e se tornan os nervos glúteos superiores cutâneos , os dois ramos laterais inferiores são pequenos e terminan nós músculos sacroespinhais .
Os ramos dorsais o plexos lombar localizado no interior do músculos psoas, é a porção superior do plexo lombossacral .
 Formado pelas divisões anteriores dos três primeiros nervos lombares e parte do quarto, e em 50%  dos casos ele recebe uma contribuição dos últimos nervos torácico. os nervos l1 l2 e l4 dividem-se em superior  e inferior , o ramo superior da l1 forma os nervos ílio-hipogástrico e ilioinguinal . O ramo inferior de l1 une-se ao ramo superior de l2 para formar o nervo gênito-femural . O ramo inferior de l4 une-se a l5 para formar o tronco lombossacral , as três divisões anteriores une-se para formar o nervo obturatorio , e as três divisões posteriores unem-se para formar o nervo femoral, e as duas superiores fornecem ramos que formam o nervo cutaneo lateral da coxa . Os ramos motores calaterais inervam os músculos quadrado lombar a partir de l1 e l4 , e o músculo psoas a partir de l2 e l3.
  O nervo femoral é o maior plexo lombar origina-se das tres divições posteriores do plexo, que são derivadas do segundo , terceiro  e quarto nervos lombares.
  O ramos sensitivos compreendem os ramos cutâneos anteriores da coxa e o nervo safeno para o lado medial da perna e pé , o nervo obturatório  origina-se do plexo lombar por meio das três divisões anteriores do plexo , que são derivadas do segundo , terceiro e quarto nervos lombares .
  Já os ramos motores inervam os musculos obturatório externo , adutor magno , adutor longo e curto e o músculo grácil.; os ramos sensitivos do ramo anterior fornecem inervação para a articulção do quadril e uma pequena área de pele sobre a parte interna media da coxa.
   O nervo sacrais são cinco pares de nervos espinhais derivados de segmentos da medula espinhal , localizados em  posição oposta aos corpos da decima segunda vertebra torácica e primeira lombar . As quatro divisões primeiras posteriores superiores passam através dos forames sacrais posteriores , como a quinta divisão emergino entre o saco e o cóccix , as três superiores dividem-se em dois conjuntos de ramos mediais , que são distribuidos para os músculos multifidos, e ramos laterais, que se tornam nervos gluteos mediais e inervam a pele da parte medial do glúteo maximo.

domingo, 21 de novembro de 2021

Músculos da Coluna Lombar: Estrutura, Função e Importância para a Estabilidade Corporal

Os músculos que atuam na coluna vertebral são bilaterais, embora possam funcionar de maneira independente. Didaticamente, são divididos em duas categorias principais: flexores e extensores da coluna vertebral. Esses grupos são responsáveis pelos movimentos de flexão e extensão da coluna lombar, fundamentais para a mobilidade e estabilidade do tronco. Alguns desses músculos não possuem fixações ósseas em nenhuma das extremidades, o que lhes confere maior flexibilidade e capacidade de adaptação aos movimentos corporais.

Musculatura anterior da coluna lombar

A musculatura anterior da coluna lombar tem um papel crucial na sustentação da cavidade abdominal e na estabilização dos órgãos internos. Além disso, essa musculatura contribui para o aumento da pressão intra-abdominal, auxiliando funções fisiológicas como defecação, micção e vômito. Esse aumento de pressão também reduz as cargas suportadas pelas vértebras lombares durante atividades como levantamento de peso e esforços físicos intensos, protegendo a coluna de lesões.

O músculo reto abdominal é um dos principais flexores da coluna lombar. Ele se estende verticalmente ao longo do abdome e é dividido em duas porções (direita e esquerda) por uma linha branca tendínea chamada linha alba. Sua principal função é a flexão do tronco, aproximando o tórax do quadril. Quando ativado unilateralmente, também contribui para a flexão lateral.

Os músculos oblíquos do abdome (interno e externo) estão localizados nas porções anterior e lateral da parede abdominal, entre o reto abdominal, na parte frontal, e o músculo grande dorsal, na parte posterior. Esses músculos são essenciais para os movimentos de flexão, flexão lateral e rotação do tronco.

As fibras dos músculos oblíquos possuem orientações perpendiculares entre si, o que resulta em diferenças marcantes nas ações musculares. Quando um dos lados do músculo oblíquo externo se contrai, ele provoca flexão da coluna lombar, flexão lateral e rotação do tronco para o lado oposto. No caso dos oblíquos internos, ocorre o mesmo processo, mas a rotação do tronco é para o mesmo lado da contração. Essa interação entre os oblíquos internos e externos permite movimentos coordenados e eficientes do tronco.

Além disso, os músculos abdominais desempenham um papel fundamental na estabilização da coluna lombar e na prevenção de lesões, especialmente em atividades que envolvem rotação e torção do tronco. Eles também trabalham em conjunto com os músculos do assoalho pélvico e do diafragma para manter a estabilidade da região central do corpo, conhecida como core.

Musculatura posterior da coluna lombar

A musculatura posterior da coluna lombar é composta por diversas camadas de músculos que atuam na extensão, rotação e estabilização da coluna. Esses músculos são essenciais para a manutenção da postura ereta e para o suporte das forças que atuam sobre a coluna vertebral durante os movimentos do dia a dia.

Superficialmente, encontra-se o músculo grande dorsal, que cobre a região lombar e desempenha funções como extensão, adução e rotação medial do braço. Esse músculo conecta a coluna à parte superior do corpo, desempenhando um papel importante na movimentação dos ombros e na estabilização do tronco durante atividades físicas.

Mais profundamente, estão os músculos do dorso propriamente ditos, também chamados de músculos pós-vertebrais. Eles formam duas massas musculares visíveis e palpáveis ao longo dos lados da coluna vertebral. Esses músculos são organizados em três camadas:

Superficial – composta por músculos que auxiliam na movimentação dos membros superiores e na estabilização da coluna.

Intermediária – responsável por movimentos mais específicos da coluna, como extensão e rotação do tronco.

Profunda – formada por pequenos músculos intervertebrais que têm um papel crucial na estabilidade segmentar da coluna, controlando micromovimentos entre as vértebras e prevenindo lesões.


Entre os músculos profundos mais importantes, destacam-se os eretores da espinha, que incluem o músculo iliocostal, longuíssimo e espinhal. Eles são responsáveis por manter a postura ereta e permitir a extensão da coluna lombar. Já o grupo dos músculos transversoespinhais, que inclui o multífido, semiespinhal e rotadores, atua no controle da estabilidade vertebral e na rotação da coluna.

Os músculos posteriores da coluna lombar trabalham em conjunto com a musculatura abdominal para equilibrar as forças que atuam sobre a coluna. Esse equilíbrio é essencial para evitar sobrecargas e lesões, principalmente em atividades que envolvem levantamento de peso, movimentos repetitivos e impactos.

Importância da musculatura lombar para a saúde da coluna

O fortalecimento e a ativação adequada da musculatura da coluna lombar são essenciais para a prevenção de dores e lesões. A fraqueza dos músculos estabilizadores pode levar a problemas como hérnia de disco, lombalgia e instabilidade vertebral.

Práticas como exercícios de fortalecimento do core, alongamento e manutenção de uma boa postura são fundamentais para a saúde da coluna. Além disso, é importante evitar sobrecargas excessivas e realizar atividades físicas com a técnica correta para reduzir o risco de lesões.
 

 

domingo, 24 de outubro de 2021

Deficiências na Mineralização Óssea: Entenda o Raquitismo e a Osteomalácia

   O raquitismo e a osteomalácia são distúrbios ósseos caracterizados por falhas na mineralização, resultando em ossos mais frágeis e suscetíveis a deformidades. O raquitismo ocorre em crianças e está relacionado a anormalidades na formação da placa epifisária de crescimento, levando a áreas não mineralizadas, desorganização celular e atraso na maturação óssea. Já a osteomalácia afeta principalmente adultos e se caracteriza pela deficiência na mineralização da matriz osteoide do osso cortical e trabecular, resultando no acúmulo de tecido osteoide pouco mineralizado.

Ambas as condições compartilham causas semelhantes, sendo a principal a baixa disponibilidade de cálcio e fósforo, minerais essenciais para a rigidez óssea. Essa deficiência pode ser decorrente da má absorção intestinal, dietas inadequadas ou da insuficiência de vitamina D, que desempenha um papel fundamental na regulação desses minerais. Outras causas incluem doenças renais crônicas, distúrbios gastrointestinais que comprometem a absorção de nutrientes e o uso prolongado de certos medicamentos, como anticonvulsivantes.

Os sinais clínicos incluem dor óssea, fraqueza muscular, fadiga e maior predisposição a fraturas. Em crianças, o raquitismo pode levar a deformidades esqueléticas, como arqueamento das pernas e alterações no crescimento. Em adultos, a osteomalácia pode causar dor generalizada e dificuldades de locomoção. O diagnóstico envolve exames físicos, testes de sensibilidade óssea para avaliar o grau de amolecimento e exames laboratoriais para medir os níveis de cálcio, fósforo e vitamina D. Radiografias e densitometria óssea também podem ser utilizadas para avaliar a estrutura óssea.

O tratamento visa corrigir as deficiências nutricionais e melhorar a saúde óssea. A suplementação com cálcio, fósforo e vitamina D é essencial para restabelecer o equilíbrio mineral. Além disso, a exposição regular à luz solar é recomendada para estimular a produção natural de vitamina D pelo organismo.


A fisioterapia desempenha um papel fundamental na reabilitação dos pacientes, auxiliando no fortalecimento muscular, melhora do equilíbrio e prevenção de deformidades e quedas. Exercícios específicos podem ajudar a reduzir a dor, melhorar a mobilidade e restaurar a funcionalidade dos membros afetados. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de órteses para corrigir desalinhamentos ósseos e evitar complicações.

O acompanhamento médico contínuo é essencial para monitorar a resposta ao tratamento e prevenir recidivas. Com um diagnóstico precoce e um tratamento adequado, é possível melhorar a qualidade de vida do paciente e minimizar os impactos dessas condições na estrutura óssea e na mobilidade.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Ligamentos Lombares: Como Eles Mantêm Sua Coluna Forte e Livre de Dor


Ligamentos da Coluna Lombar: Estrutura, Função e Importância Clínica

Os ligamentos da coluna vertebral são fundamentais para a sustentação, estabilização e mobilidade da coluna. Essas estruturas, compostas por tecido conjuntivo denso e fibroso, conectam os ossos vertebrais e limitam movimentos excessivos, prevenindo lesões e garantindo a integridade estrutural da coluna. Além disso, desempenham um papel essencial na distribuição das cargas biomecânicas, absorvendo impactos durante

atividades como caminhar, correr e levantar peso.

A coluna lombar, por sua posição e função, suporta grande parte do peso corporal e está sujeita a forças intensas, tornando os ligamentos dessa região especialmente importantes para a manutenção da estabilidade e da funcionalidade da coluna.


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Principais Ligamentos da Coluna Lombar

1. Ligamento Longitudinal Anterior

Esse ligamento robusto se estende da base do crânio até o sacro, cobrindo a superfície anterior dos corpos vertebrais. Sua principal função é impedir a hiperextensão da coluna, evitando que as vértebras se dobrem excessivamente para trás. Além disso, esse ligamento contribui para a absorção de cargas axiais e trabalha em conjunto com os discos intervertebrais para manter a integridade da coluna.

2. Ligamento Longitudinal Posterior

Localizado dentro do canal vertebral, esse ligamento percorre a parte posterior dos corpos vertebrais, da região cervical até o sacro. Sua principal função é limitar a hiperflexão da coluna, prevenindo o deslocamento excessivo dos discos intervertebrais para dentro do canal vertebral, o que poderia levar à compressão da medula espinhal ou das raízes nervosas.

Esse ligamento tem menos resistência em comparação ao ligamento longitudinal anterior, tornando a região lombar mais propensa a hérnias de disco posteriores, uma das principais causas de dor lombar crônica.

3. Ligamento Interespinhal

Situado entre os processos espinhosos das vértebras, esse ligamento se estende da região cervical até o sacro e tem a função de restringir a flexão excessiva da coluna. Sua interação com o ligamento supraespinhal e com os músculos paravertebrais auxilia na estabilização do tronco durante os movimentos.

4. Ligamento Supraespinhal

Esse ligamento percorre a extremidade posterior dos processos espinhosos das vértebras, formando uma estrutura contínua que se estende da região cervical ao sacro. Atua junto com o ligamento interespinhal para limitar a flexão da coluna e evitar instabilidade.

Nas regiões mais altas da coluna, esse ligamento se continua como o ligamento da nuca, que tem um papel importante na estabilização da cabeça.

5. Ligamento Amarelo

Esse ligamento se destaca dos demais por ser altamente elástico, devido à presença de fibras elásticas em sua composição. Ele conecta a lâmina de uma vértebra à lâmina da vértebra inferior adjacente, formando uma barreira protetora para o canal vertebral.

O ligamento amarelo permite certa flexibilidade da coluna e contribui para o retorno da coluna à posição neutra após a flexão. Com o envelhecimento, ele pode sofrer hipertrofia ou calcificação, levando à redução do espaço no canal vertebral, o que pode resultar em estenose lombar e compressão das estruturas nervosas.

6. Ligamentos Intertransversos

Os ligamentos intertransversos conectam os processos transversos das vértebras adjacentes e desempenham um papel fundamental na restrição da inclinação lateral excessiva da coluna. Eles atuam junto com os músculos laterais da coluna para proporcionar estabilidade postural e resistência a torções indesejadas.

7. Ligamentos Iliolombares

Os ligamentos iliolombares são estruturas espessas e resistentes que conectam a última vértebra lombar (L5) ao osso ilíaco, garantindo estabilidade na transição entre a coluna lombar e a pelve. São divididos em:

Ligamento iliolombar superior

Ligamento iliolombar inferior

Ligamento iliolombar anterior

Ligamento iliolombar posterior


Esses ligamentos ajudam a absorver as forças transmitidas entre o tronco e os membros inferiores, reduzindo o risco de deslocamentos vertebrais e lesões na região lombossacral.


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Fatores que Afetam os Ligamentos Lombares

1. Envelhecimento e Degeneração

Com o avanço da idade, os ligamentos da coluna passam por mudanças estruturais que podem comprometer sua função. O ligamento amarelo, por exemplo, pode sofrer hipertrofia e calcificação, contribuindo para o estreitamento do canal vertebral e compressão nervosa. Outros ligamentos também podem perder elasticidade, reduzindo a mobilidade e aumentando o risco de lesões.

2. Sobrecarga e Postura Inadequada

A postura inadequada e movimentos repetitivos podem levar a um estresse excessivo sobre os ligamentos da coluna lombar, resultando em microlesões e processos inflamatórios. Profissionais que passam longas horas sentados ou realizam esforço físico intenso têm maior predisposição a lesões ligamentares.

3. Relação com a Musculatura

Os ligamentos lombares trabalham em sinergia com a musculatura do core, incluindo os músculos abdominais, paravertebrais, glúteos e diafragma. Quando esses músculos estão fortalecidos, a carga sobre os ligamentos é reduzida, minimizando o risco de lesões e instabilidade vertebral.


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Importância Clínica dos Ligamentos Lombares

Lesões ligamentares na coluna lombar são frequentes e podem ser causadas por fatores como traumas, degeneração ou sobrecarga mecânica. Entre os principais problemas associados, destacam-se:

Entorses ligamentares: Resultam do alongamento excessivo dos ligamentos, causando dor, inflamação e limitação de movimento.

Instabilidade lombar: O enfraquecimento dos ligamentos pode comprometer a estabilidade da coluna, favorecendo o desenvolvimento de condições como espondilolistese.

Dor lombar crônica: Alterações ligamentares, como hipertrofia do ligamento amarelo, podem levar à compressão de nervos e contribuir para quadros persistentes de dor lombar e estenose do canal vertebral.


Prevenção e Reabilitação

Manter a saúde dos ligamentos lombares é essencial para evitar disfunções na coluna. Algumas medidas eficazes incluem:

Fortalecimento do core: Exercícios como prancha, ponte e fortalecimento dos músculos abdominais ajudam a reduzir a carga sobre os ligamentos.

Alongamento e mobilidade: Alongamentos da cadeia posterior e exercícios de mobilidade lombar ajudam a preservar a flexibilidade dos ligamentos e prevenir rigidez.

Correção postural: Adotar uma postura adequada ao sentar, levantar pesos e realizar atividades diárias reduz a sobrecarga sobre os ligamentos.




Conclusão

Os ligamentos da coluna lombar são fundamentais para a estabilidade e mobilidade da coluna. Seu funcionamento adequado depende da integridade estrutural e da harmonia com músculos adjacentes. A prevenção de lesões e o manejo de condições clínicas associadas a esses ligamentos são essenciais para garantir a saúde da coluna ao longo da vida.

sábado, 2 de outubro de 2021

como se forma distrofia muscular de Duchenne

 
A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma doença genética ligada ao cromossomo X, causada por mutações no gene DMD, responsável pela produção da distrofina. Essa proteína desempenha um papel fundamental na estabilidade das fibras musculares, e sua ausência leva à degeneração progressiva dos músculos esqueléticos, cardíacos e respiratórios.

Causa e Transmissão Genética

Na maioria dos casos, as mães são portadoras assintomáticas da mutação genética responsável pela DMD. A doença é caracterizada por deleções no gene DMD, que resultam na falta de fragmentos de DNA essenciais para o funcionamento adequado do gene. Como a DMD é uma condição recessiva ligada ao cromossomo X, afeta quase exclusivamente meninos, enquanto as mulheres portadoras geralmente não apresentam sintomas ou manifestam sintomas leves.

Estudos indicam que cerca de 30% das mutações ocorrem de forma espontânea, sem histórico familiar prévio. Em outros casos, a mutação é herdada da mãe portadora. O diagnóstico genético pode ser confirmado por meio de teste de DNA, que identifica as deleções, duplicações ou mutações pontuais no gene da distrofina.

Manifestações Clínicas

Os primeiros sinais da DMD costumam surgir entre os 2 e 5 anos de idade, com sintomas como:

Fraqueza muscular proximal (inicialmente nos músculos das pernas e quadris);

Dificuldade para correr, pular e subir escadas;

Marcha anserina (andar com os pés afastados e movimentos oscilantes);

Sinal de Gowers (a criança usa as mãos para se apoiar nas pernas ao tentar se levantar);

Hipertrofia das panturrilhas (aumento aparente dos músculos devido à substituição por tecido fibroso e gordura);

Atraso na aprendizagem da fala e dificuldades cognitivas (em alguns casos).


À medida que a doença progride, a fraqueza muscular se espalha para os membros superiores, levando à perda da capacidade de movimentação independente. Por volta dos 10 a 12 anos, a maioria dos pacientes já necessita de cadeira de rodas.

Comprometimento Respiratório e Pulmonar

Desde a infância, a DMD afeta a musculatura respiratória, resultando em redução progressiva da função pulmonar. No início, as alterações podem ser sutis, mas tornam-se mais evidentes com a evolução da doença. O comprometimento pulmonar segue um curso previsível, com declínio acentuado após a perda da deambulação (capacidade de andar).

Nos casos mais graves, a fraqueza muscular leva à insuficiência respiratória (IR) e à tosse ineficaz, aumentando o risco de infecções pulmonares, atelectasias e complicações respiratórias. Pacientes com insuficiência respiratória crônica compensada podem apresentar poucos sintomas no início, mas a demanda respiratória aumenta com o tempo.

Os sintomas de hipoventilação incluem:

Sono agitado e despertares frequentes;

Fadiga excessiva durante o dia;

Dificuldade para acordar pela manhã;

Dispneia (falta de ar) mesmo em repouso;

Cefaleia matinal devido à retenção de CO₂;

Dificuldade de concentração e queda no desempenho escolar;

Depressão e alterações de humor;

Em casos severos, hipersonolência e alterações do estado mental.


Com a progressão da doença, muitos pacientes necessitam de suporte ventilatório, como ventilação não invasiva (VNI) com pressão positiva (BiPAP) durante o sono e, em estágios avançados, suporte contínuo para garantir a oxigenação adequada.

Tratamento e Manejo Terapêutico

Embora a DMD não tenha cura, uma abordagem multidisciplinar pode melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevida dos pacientes. O tratamento envolve:

1. Fisioterapia e Exercícios de Resistência

A fisioterapia desempenha um papel fundamental na manutenção da mobilidade e da função muscular. Como a DMD é uma doença degenerativa, o objetivo não é aumentar a força muscular, mas sim prolongar sua resistência e retardar a progressão da fraqueza.

Exercícios recomendados incluem:

Sentar e levantar para fortalecer os músculos inferiores;

Exercícios para os músculos abdominais e costas, ajudando na estabilização do tronco;

Alongamentos diários para prevenir contraturas musculares e deformidades ortopédicas;

Uso de órteses e dispositivos auxiliares para manter a postura e evitar encurtamentos musculares.


2. Terapia Respiratória

A fraqueza da musculatura respiratória compromete a ventilação e a tosse. Estratégias incluem:

Técnicas de clearance mucociliar, como uso de insuflador-exuflador mecânico ("cough assist") para melhorar a eliminação de secreções;

Ventilação não invasiva (VNI) para prevenir hipoventilação noturna;

Monitoramento da função pulmonar com espirometria e medições de pico de fluxo de tosse.


3. Uso de Corticoides

Medicamentos como prednisona e deflazacorte são amplamente utilizados para retardar a progressão da fraqueza muscular. Eles ajudam a preservar a função motora por mais tempo, reduzindo a inflamação muscular e a degradação das fibras musculares.

4. Cuidados Cardíacos

A cardiomiopatia dilatada é uma complicação frequente na DMD. O monitoramento regular da função cardíaca, com ecocardiograma e ressonância magnética cardíaca, é essencial. Medicamentos como inibidores da ECA e betabloqueadores podem ser prescritos para proteger o coração.

5. Terapia Gênica e Novos Tratamentos

Avanços na terapia gênica estão trazendo novas perspectivas para a DMD. Terapias experimentais, como o uso de oligonucleotídeos antisenso (exon skipping) e terapia de reposição da distrofina, estão sendo estudadas para restaurar parcialmente a função da distrofina e retardar a progressão da doença.

Conclusão

A Distrofia Muscular de Duchenne é uma doença progressiva e debilitante, mas avanços no tratamento e abordagens terapêuticas multidisciplinares têm permitido maior qualidade de vida e longevidade para os pacientes. A fisioterapia, a ventilação assistida, o uso de corticoides e o acompanhamento cardiológico são fundamentais para o manejo da doença. A pesquisa em terapia gênica traz esperança de novas opções terapêuticas no futuro.

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